segunda-feira, 30 de março de 2009

Quem sou eu? (parte 2)

Do comum ao estranho. Esquisito fugindo dos padrões. Exceção da regra e igual a todos os outros. Sou homem.
Saio da curva e me preocupo com um mundo. Amo e aprendo a amar com facilidade. Sei fingir o ódio como ninguém. A verdade é que eu não odeio ninguém.
Dramático por natureza. Levo a vida como um filme, trato mulheres como em um romance e escrevo histórias e contos de fadas em minha mente.
Eterno apaixonado, ainda não aprendi a não amar. Gostaria. Exagerado e bipolar, levando a vida nos altos e baixos, sempre com a boa atuação de tudo estar tão bem.
Sou vida mansa e agitada. Sou cidade cinza, manhã nublada. Sofro, porém não aprendi ainda a tirar proveito disso.
Sou mudo de sentimentos e falastrão para com os mesmos. Não sei demonstrar da maneira certa. Sou inativo.
Sou café, não cerveja. Sou cinema, não balada. Sou sofá quentinho e não motel. Sou puro narcisista e adoro quem sou. Mas tento fingir não ser.
E eu ainda descubro o porque...

Que assim seja...

Sou filho de Deus. Mas qual?
Sou filho de Oxóssi, iluminado por Mokiti e batizado por Jesus. Recebo glórias da luz divina, leio passagens do evangelho e conheço trechos do Torá e Corão e acredito cegamente na Mãe Natureza.
Batizado também na Umbanda, criado sobre um teto Messiânico, digo Shabat Shalom todas as sextas e ainda assisto às "barbaridades" que o Islamismo provoca, aos olhos do Vaticano. Paro para pensar e chego em uma conclusão: acredito em todas, até nos que desacreditam.
Não importa qual eu sigo, ou se sigo. Eu tenho fé.


E é isso o que importa.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Escolhas

Eu sei, sou um só. Mas ultimamente tenho andado em dois, meu eu profissional e meu eu pessoal. Lado a lado, os dois caminham por uma longa estrada reta, estabilizada, sem nenhuma curva tortuosa ou nenhum aclive tão cansativo.
É quando então meus dois "eus" se deparam por uma bifurcação. Dois caminhos, o da direita e o da esquerda.
Meu eu pessoal vê, na estrada da esquerda, o medo da mudança. O medo do novo, o desconhecido. Algo na estrada me chama atenção, uma simpatia imensa que me faz sentir bem, mas junto à ela me vem a desconfiança, o eterno medo da "primeira impressão".
Meu eu profissional vê na esquerda uma escuridão. Um caminho sem volta. Uma essência puramente emocional. Ele (meu eu) vê uma árvore podre, flores mortas e pedras no caminho. Vejo tristeza.
Na direita, meu pessoal encontra intimidade, mas nem tanta. Algo já conhecido, mais próximo da realidade, mesmo distante. Mas nada tão atrativo quanto o da esquerda, eu acho. Talvez.
Meu profissional vê a razão. Um racional efervecente me mostrando respostas.

O mais engraçado é que nenhum dos dois (eus) enxergam a estrada do meio, ou uma terceira estrada, uma quarta, algo que se seguir reto verá que, no final, as outras duas estradas se encontrarão.

E tudo voltará ao normal como antes.

quarta-feira, 25 de março de 2009

O Sorriso

Cansaço. Nada parece valer a pena, nada. Percorro o olhar por todo ambiente, procurando uma saída, uma resposta. Nada encontro e volto-me ao papel.
Ouço a porta abrindo e batendo com força na hora de fechar, nada que chame muito a minha atenção, ainda voltada para baixo. Penso e parece que só aquilo é válido no presente momento. Minuto a minuto, volto a procurar a resposta no ambiente, mas nada acho. Estou quieto, sozinho por escolha, tentando sumir com todo meu silêncio. De nada adianta...
Como um soco forte, ela atinge meu estômago, libertando o ânimo que em mim estava preso, contido embaixo de tantas outras coisas. Os olhares se encontram e o sorriso se abre.
Sorriso o qual me lembro quando me deito, relembro quando abro os olhos e penso quando estou bem longe. Sorriso esse que é tão ingênuo, porém tão significante. Sorriso esse que me faz voltar à vida.
Largo o papel, guardo a caneta. Ah... sua voz.





Tanta mediocridade.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Elas

Ultimamente a angústia vem me visitar com freqüência. Como uma intrusa, entra sem pedir licença e invade meu peito, espalhando-se por todo corpo, até chegar em minha mente lúcida, até então.
Perco o sono constantemente, como agora, e começo a pensar na causa disso tudo. A minha fraqueza para deixar-me invadir tal sentimento. Chego à melhor conclusão, a qual escreverei a seguir, de que são elas os motivos. Elas tantas que fazem meu coração partir. Elas tantas que me fazem engolir o seco, respirar o vazio e sentir o medo. Elas tantas que nem sei qual é a maior causa.
Começarei por duas. Elas, ó elas, tão próximas no presente. Tão distantes num futuro próximo. Ela, a primeira, que foi um exemplo, uma admiração em pessoa. Meu mais belo sorriso. Meu desejo de ser como, daqui alguns anos, meu olhar de pupilo, meus sinceros agradecimentos. Ela, a segunda, que é uma irmã. Minha mais sincera risada e alegria em ter por perto. Meu porto seguro. Elas, as duas, que me partem o coração ao ver a aura baixa.
Há ainda outra, a terceira, ela a qual me faz o medo. Meu maior anseio e ansiedade. Minha esperança e pessimismo. Motivos de tantos sorrisos e preocupações. É tão beleza quanto maldade, tanto anti quanto simpatia. Ela que me faz ter tanto medo e conforto.
Porém é na quarta que eu encontro, talvez, o amor. Ela talvez seja a causa maior de toda insônia. Causa maior de tanto sorriso só de pensar enquanto escrevo. É! É ela, motivo de tanto aperto no coração.
Pareceu ter acabado, o que não havia começado faz nem um trimestre. Fotografias, corredores, festas e conversas. Numa seqüência númerica de fatos, somava-se apenas cinco as chances que tive com ela. Chances não de se obter o beijo, mas sim, a credibilidade. O carinho.
Ela talvez que tanto tenha me ignorado, agora sorri. Ela que tanto ganha meu coração a cada palavra, cada frase, cada gesto que apenas indica quão meiga é.
É ela, meu coração. Meu amor. Gesto de ternura.
Existe um quinto elemento, ela. Porém, é diferente. Pois nesse caso, sou eu o ele dela. O ele que a faz perder o sono e causar toda angústia. Eu sou sua ele.
É! É ela que me faz perder o sono. Não, são elas. Cada qual com seu diferencial, mas todas se completam e acabam, de alguma forma, sendo especiais.


Boa noite, elas. Me deixem dormir, agora...

sábado, 21 de março de 2009


Sinto o vento bater em minha cara, um vento fresco que conforta cada célula aquecida em meu corpo. A porta aberta que dava para a varanda estava aberta, possibilitando aquele sentimento prazeroso que eu estava recebendo daquela brisa.
O sofá de colcha azul era de mola, porém com um assento maleável, decidi-me levantar antes de ser engolido pelas almofadas num sonho profundo e obscuro. Segui para a varanda.
Como num quadro, via pela porta aberta uma bela paisagem. O azul do céu se confundia com o do lago, amarelado por um sol cortande de fim de tarde e, para completar, duas grandes árvores de folhagem verde mais escuro que lima, com pequenas flores, uma roxo e outra rosa, por volta de toda árvore, e algumas no chão, desenhando-o solenemente.
Apoio-me na varanda de madeira e percebo um pequeno barco ao longe. Puxo o cinzeiro, de cima da cerca da varanda, para mais perto e acendo um cigarro. Fecho os olhos, aqui vou eu.

domingo, 15 de março de 2009

O tempo não para

O tempo não para e a gente continua vivendo, essa é nossa vida, nosso espetáculo.

Eu não tenho data pra comemorar... nem nunca terei.

terça-feira, 10 de março de 2009

Apaguem a luz, por favor...

Desde domingo me deparo com algumas especulações sobre um tal "fenômeno" que anda acontecendo na cidade de São Paulo.
De Ronaldo Fenômeno à Ronaldo, o Iluminado. A imprensa faz o trabalho da publicidade, faz a propaganda pessoal de certos ícones da nossa sociedade, os colocando em um patamar acima das expectativas. Não venho aqui desmerecer o jogador.
Ronaldo, que já foi Ronaldo, já foi Ronaldinho, já foi o Melhor do Mundo, já foi a dúvida da derrota por 3 x 0 na Copa de 98. Já foi o caso perdido dado pela mesma imprensa que hoje o chama de Iluminado.
Após dois grandes problemas de ligação nos dois joelhos, Ronaldo voltou, e voltou com um triunfo que jamais será esquecido pela nação mundial, principalmente a corinthiana. Fez o gol da "vitória", no empate contra o maior rival do time, o Palmeiras.
E a imprensa? Bom... ela fez o papel das agências, o marketing pessoal não requerido pelo jogador.
Não acho justo o colocarem como um Iluminado, apenas um fenômeno na história do futebol, pela história que ele passou com as lesões, com o problema dos travestis e o problema com o Flamengo, após assinar o contrato com o Sport Club Corinthians, mas ainda assim: o cara não é Iluminado.
A imprensa devia fazer o seu trabalho, deixe que nós publicitários e marketeiros nos comprometemos ao trabalho de propagar a imagem do "produto", pois é assim que ela, a imprensa, encara o tal fenômeno iluminado. Um produto com o qual eles vendem a matéria, o espaço publicitário encarecido pela notícia do jogador que ressurgiu das cinzas, como uma fênix.
Repito: não desmereço o Ronaldo, ele é um jogador que merece conquistar o espaço que está conquistando, voltando ao Brasil e dando a volta por cima.
Mas, por favor, apaguem essa luz de cima dele...

sábado, 7 de março de 2009

Fernanda

A janela fora esquecida aberta naquela quarta a noite em que Fernanda chegou um pouco alterada do bar. O sol alcançava aos poucos o centro do céu, quando começou a incomodar os olhos ainda fechados da menina, que dormia na cama do apartamento.
Xingou uma ou duas vezes, em meio a tantas reviravoltas, colocando, ora o travesseiro na cara, ora o lençol, até que resolveu se levantar.
Vestida com uma blusinha de alça branca e apenas uma calcinha, Fernanda era o arquétipo de menina gostosa de todos os garotos da faculdade. Cursava enfermagem na federal de São Paulo e fugia das regras do esteriótipo de uma menina bonita e enfermeira. Tinha a personalidade muito forte e era muito inteligente e decidida, com espírito de liderança e muita determinação em seus atos.
Loira de olhos cor de mel, tinha o corpo bronzeado naturalmente. Levantou-se da cama e olhou para o relógio que indicavam 11 horas. Sorriu e sentiu-se aliviada por estar de folga aquele dia da faculdade, por motivos óbvios de uma faculdade federal: greve.
Tomou um banho rápido e voltou para o quarto para se trocar. Lá fora, o sol era escaldante e dava a impressão de fritar qualquer um que ficasse cinco minutos debaixo dele, então vestiu uma saia, uma rasteirinha no pé e uma blusinha curta e clara. No dedo, uma aliança de compromisso com Carlos, o terceiro integrante da república de Marcelo e Rodrigo, baixista da banda, o qual iria encontrar saindo de lá.
Saiu de seu quarto e foi até o quarto de Samanta, para fazer o de sempre: arrumar a cama e desligar o computador que a menina deixava ligado todas as manhãs antes de ir para a empresa. Pegou seu celular e ligou para o namorado, na esperança dele já ter acordado.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Resumo da Óper(d)a

A escuridão invade a mente cega do descrente, o coração fechado do insensível e a alma aberta do puro e ingênuo. Nada se vê após a lâmina afiada que reluz, entrando pelas costas abertas, despidas do olhar da maldade. Uma facada.
Os olhos se fecham lentamente e você não crê que é o tempo necessário para acompanhar, ao seu ritmo, toda a trama, a ópera da falsidade.
O tenor solta o grave ao som do quarto movimento, fazendo-te acordar, abrir os olhos para a realidade. A platéia vazia, o teatro escuro e apenas ouve-se, ao longe, a voz ecoando pela acústica.
Você se levanta e tateia as poltronas buscando uma saída, uma luz ao longe com três ou quatro silhuetas acenando.
Meus verdadeiros amigos eu conto nos dedos de uma só mão.
Thiago Klein
05/03/2009

terça-feira, 3 de março de 2009

Não há motivos ou pensamentos para postagens...

"E em cada verbete, um singelo lembrete:'Em sua companhia quero estar'."

"Encontrar a Babilônia, logo alí na próxima quadra, é para os poucos. Para os viajantes, os nada sãos, os loucos. Caminhar pelos corredores do Templo de Artêmis é harmonioso, é belo. Para os que merecem, os virtuosos, os mais singelos.
Se banhar no Rio Tigre em um dia de calor é uma benção para iluminados, uma dádiva graciosa dos lá em cima adorados.
Mas encontrar o amor e a paz é algo que só se é quando se quer."

Quem escreveu isso? Eu. Por que? Eu também gostaria de saber. Comecei um post do nada, e agora eu quero terminar. Questão de honra.
Eu acho que, em outras palavras, eu quis dizer que as pessoas enxergam o que é belo como algo impossível, assim como os lugares que transmitem paz. Mas não é bem assim, você não precisa ir tão longe pra sentir a paz de um templo budista. A praça do Por do Sol é logo alí, em São Paulo.
Você não precisa atravessar o oceano pra ver uma das Sete Maravilhas do Mundo ou do Novo Mundo, o Rio de Janeiro é aqui do lado.
Garanto que a água dos rios Tigres e Eufrates não são mais agradáveis do que a água da Represa Billings, talvez um pouco mais limpa, ou não. Não sei!
Mas agora, em qualquer lugar do mundo, seja no Hemisfério Sul ou Norte, no Ocidente ou no Oriente, em todo o globo você encontrará o amor (e o ódio) e a paz (e a guerra) e pessoas que sentem isso.

Por hoje é só.