sexta-feira, 30 de abril de 2010

Estátuas

São tantas estátuas em cima daquela colina.
São tantas estátuas despedaçadas.
Sem cabeças, sem os braços e todas sem um coração.
Mas apenas uma delas está totalmente inteira
Era uma pessoa, uma vida feita.
Que com o tempo foi convivendo com estátuas e se petrificou.
Mas o amor vai trazer ela de volta.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A sujeira das ruas

Andava pelas ruas da cidade com pressa, mas não pude deixar de notar.
Enquanto andava, olhava para o chão e via as bitucas de cigarro que pintavam as calçadas, ruas e avenidas de amarelo e branco.
Carbonizavam o que já era sujo do monóxido.
E também não tinha como não reparar nos chicletes que se tornaram parte do asfalto.
Alguns, mais resistentes, enviveciam o preto com seus tons rosas e verdes.
Outros, mais implicantes, grudavam na sola daqueles que passavam desapercebidos.
E é por isso que as pessoas têm medo de sair nas ruas.
Elas só estão preocupadas com a sujeira que estará nos pés delas quando elas estiverem andando... e olhando para baixo.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O médico e o monstro

Se envolver demais é remédio.
Se entregar demais é veneno.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Crescer

Ah, que saudade!
De quando eu ainda era uma criança sem princípios morais e éticos para seguir. Que vestia o uniforme amarelo do colégio e rasgava os joelhos da calça, obrigando minha mãe a colocar joelheiras e vermelhos na minha pele. De pegar a perua escolar, de ouvir Jovem Pan FM logo cedo, quando o sol nem aparecia pra dar a dica de como seria o clima do dia. Era sempre tão frio.
Das festas e comemorações regadas a bolo, brigadeiros e refrigerantes. Dos amigos em casa e eu na casa dos amigos, dos jogos de futebol, das guerras de água no verão, das noites jogando video game. De não ter banda larga e conversar escondido com as primeiras paixões no ICQ.
Viver sem repressões, responsabilidades, era bom.
Mas a gente cresce e vai aprendendo que cada palavra, cada gesto, cada olhar tem sua consequência, querendo ou não ser interpretada à sua maneira. Que estar com raiva é saber raciocinar e medir palavras e atitudes e que foi-se o tempo de ser criança e poder dizer o que pensa. As desculpas não são mais aceitas com facilidade. Um erro pode ser fatal, uma estrada com fim e sem chances de a marcha ré funcionar. Um beco sem saída.
E a gente cresce e conhece a tal responsabilidade. Dos atos, do trabalho, das contas pra pagar. E onde é que está sua mãe para te limpar quando você grita do banheiro "terminei"? Ela está na casa dela, dormindo e pensando em como será que você está se virando sozinho. Eu estou bem.
E agente cresce e conhece todo o tipo de pessoa. Não é mais aquela sua tia que te paparica, o seu pai que é durão com o coração enorme ou o primo que é mais seu irmão do que sua irmã mais velha. É um chefe que pode virar seu pai, ou seu inimigo. É seu amigo que pode virar seu irmão, ou sua maior decepção. É sua paixão que não vai te dar bola no MSN após aquela briga feia onde as desculpas não foram aceitas. São suas palavras contra a dos outros.
E você não vai ser mais bem visto por todos do seu ciclo social, por mais que você tente. A lição que fica hoje é a de anos atrás: não se pode agradar gregos e troianos. Mas agrade pelo menos um lado. Ficar em cima do muro as vezes calha a funcionar, mas as vezes não é sempre e pode ser nunca.
E crescer vai se tornando aquele quebra cabeça de 1.000 peças que quando se era criança parecia impossível de montar, mas ainda assim você sentia uma pontinha, mesmo que mínima, de capacidade dentro de você. Você tinha vontade e se sentia orgulhoso se conseguia, nem que demorasse três ou quatro horas.
Crescer é bom. E errar engrandece o homem. Olha mãe, eu cresci, já sou gente grande. Mas eu quero mais. Mas o que eu quero ser quando crescer? O que vou ser quando crescer? Eu já não cresci? Crescer é como um rio que não tem fim e deságua na imensidão do oceano. Não perca o fluxo, ou você se perde no mundo.
E você cresce e vai percebendo que o seu umbigo é só uma cicatriz de nascimento, que sua arrogância te levará a lugar algum e que saber demais não é saber de tudo. Não é à toa que os livros de contos ilustram os sábios como anciões de pequenas vilas.
E a gente cresce. E vai percebendo que ainda somos tão crianças perto de todas as lições que a vida um dia vão nos ensinar.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Um segundo minuto.

Ainda sinto nos meus punhos aquele cheiro de não sei o que.
Vejo o teu sorriso e ouço o seu choro.
Relembro da nossa conversa tarde da noite.
Dos nossos corpos se encontrando na estação de metrô, na sala de casa, na cama desfeita.
Da troca de olhares, só lembro do porre.
O gosto do beijo se esconde no sabor do primeiro café, na primeira lágrima e decepção.
Um segundo minuto para fazer as pazes.
Um segundo minuto para a troca de beijos.
Mentiras e gritos. Verdades e suspiros.
Foi tudo intenso. Foi tudo ontem.
Ode à vida, ao agora.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

S S E S L

E naquele momento em que o branco se fez sorriso, eu só fugi no ímpeto de entristecer.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Um espetáculo de olhos

Cerra essa cortina que o espetáculo vai se encerrar.
Luz e ação, sem câmera. O correto é não gravar este momento.
Sentado sozinho na platéia, assistindo sua dança no palco. Sozinha.
E é na coxia que a verdade aparece. O resto era só encenação.
Mas eu tenho certeza: os seus olhos fechados me trazem mais que inspiração.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ainda sobre os olhos

E quando sorri, ela fecha os olhos.
E eu me fecho no meu poema mais sereno.

desconstrução.

pega, abre e cheira com carinho:
correria as mãos pelo corpo todo, sorrindo)
(se fosse sábio ele.
Mas acontece mesmo é que a saia dela se fechou;
Aos olhos do sangue;
Terror em um instante.
só sei que quero"
Só falta a coragem "de saber que.
E não me falta nada que o espelho toda manhã diz.
E ainda assim eu penso!
Toda vida eu sempre quis ouvir;
O que você tem para
me dizer-
Eu só quero ouvir dos teus
olhos.
Me ame como se fosse a primeira da vez...

Voçólotra

Me ofereceram o gole.
Eu só aceitei com a condição de ter a garrafa inteira.

Olhos fechados

É na mesa, na estrada e na passarela. Ela passa de saia, de sorriso e olhos fechados.
Do sorriso, do perfume ou desses olhos que se fecham. É tudo tão lindo, tudo tão fascinante. Tudo tão arte.
Obra, matéria, vera prima. Deveras dona da maldade e da bondade, da flor acima do abismo.
E tudo fez-se o mar, o céu e a destruição. Com todo amor e carisma fez do teto a minha casa, do sopro a minha alma e dos olhos a minha vida. Felicidade.
E quando o sol se despede do seu céu azul, eu armo a despedida, eu despedaço, despercebo. Não noto o som, nem mesmo o flerte. Só vejo os olhos fechados de frente com a porta aberta e fechada.
E se o mistério vem à tona, o padre vem com o raciocínio. Da flor que vem o amor e a promessa,
vem também o espinho que lhe fere a carne. E dessa sai o sangue da dor, da morte e da vida; com sangue se fez a nova crença, de verdades e mentiras pintadas numa parede que nunca fora branca.
E ainda assim eu não nego. Seus olhos fechados são as únicas preciosidades que eu já vi passar e ficar.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Carol

Daqui 2 anos, vendo pela data deste post, eu te conhecerei.
Você é linda.
A mulher da minha vida.
Eu te amo, Carolina Santos Beltrão Lemos.
E mesmo que eu não esteja do seu lado agora, eu estou no seu coração.
E você no meu.
E na minha cabeça também.
E nos meus sorrisos.
E a cada frase que eu solto aqui na Tradeal (ou onde quer que eu estiver).
E em cada pequeno átoma, matéria, célula e todos esses nanoorganismos compõem meu corpo humano inteiro.
Eu te amo.
E isso basta para mim!