quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

3 palavras

Não existe nada mais incrível do que enxergar 5 palavras na nota de rodapé do seu sorriso.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Não quero mais

Não precisei nem acordar para saber que não queria mais.
Você estava lá, sentada no nada, flutuando sobre o vasto descampado.
Me deu a mão e me puxou. Voamos.
E, então, não quis mais.
Ao abrir meus olhos recebi um bom dia dos seus.
Sorridentes e carinhosos.
Me encaravam com vivacidade, como se eu estivesse acordando de um coma profundo.
Mas era só ontem quando nos deitamos sob a illuminação perfeita e planejamos o hoje.
Nossa história tão escrita e adivinhada.
Escorrida da cabeça aos pés.
Como a água do banho que nos aprontou para mais um dia.
E a cada gota que pingava de nossos cabelos, um novo sonho.
Não quero mais. Tudo é tão bom.
As nossas conversas em silêncio durante o café da manhã.
Discussões efêmeras sobre a carne do almoço.
Um cigarro e muitas risadas divididos na mesa do bar.
E fica ainda melhor quando nossas mãos se encontram.
E caminhamos lado a lado por toda essa pedaço de terra que um dia vai nos pertencer.
Tudo é tão bom, mas eu quero mais.
Só não quero mais ter que me deitar sem ter você me acordando amanhã.

domingo, 20 de novembro de 2011

Inspiração

Foram tantos toques apagados.
E tantos momentos só vividos.
Frases ditas e vomitadas.
Que eu nem sequer me dei conta de limpar.
Ou espremer para guardar no meu bloquinho de papel.
E até tento encontrar, flutuando, os motivos.
No seu sorriso tão sincero.
Ou no teu olhar mais profundo.
Mas parece que tudo que faço é permitir me libertar.
E me afundar nesse turbilhão que existe dentro de mim.
E de você, por que não?
Tento até entender o sabor dos teus doces beijos.
Também vejo a direção que as esmeraldas brilham.
Leio todas as palavras nas entrelinhas.
Enxergo tudo aquilo que você quer esconder.
Só que com os mesmos olhos que faço tudo isso, ainda me perco.
Em toda essa inspiração que você me traz.
E que ainda vou guardar.
Até amanhã.




quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Eduardo e Mônica

E sem precisar pensar muito, talvez me veio a maior inspiração.
Deixe que, por si só, encontre seu significado mais intímo.
No demais, é um pouco tudo isso.
Ou não.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Perdoar

Você não faz ideia como é ruim te ver ali.
Do outro lado da rua, sem ter como te chamar.
E não poder ir, porque tenho medo que você suma.
Quando eu olhar para os lados antes de atravessar.
Dói ver suas lágrimas escorrendo atrás dessa janela.
E logo ouço a inutilidade tocar a campainha.
Que vem me avisar que não poderei secá-las.
Além de serem todas por culpa minha.
Quantos espelhos você quebrará em meu nome?
Qual a cor dos meus olhos quando for se lembrar?
Dentre todos sabores, guarde os mais doces.
Será que um dia você vai perdoar?
Hoje você me sorriu.
Um sorrisou de meias verdades.
E nos sentamos no divã imaginário.
De uma praia mais longe ao norte.
Um papo que descongelou a falta de toque.
Enquanto o sol atrapalhava a nossa vista.
Mas custou pouco entender a hora de te levar à porta.
Pra me despedir com um "até a próxima visita".
E se você olhar pra trás enquanto se afasta.
Vai me ver encostado a te observar.
Com olhares ternos e carinhosos.
Suplicando pra um dia você me perdoar.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Erupção

Não é um estado letárgico que se envolve e desenvolve a cena.
Muito menos a concretização da mocinha pedindo ajuda na janela.
Não é dúvida, tampouco uma certeza.
É apenas algo que segue sempre em frente. Em sentido único.
Que pode resultar numa curva ao final.
Ou ainda seguir em linha reta.
Brilha feito esmeraldas raras, escondidas sobre terras e montanhas.
Feito estrelas que lá do alto sussuram um berro de energias.
O Sol esquentando a Terra com abraços ternos.
Mas também são sombras que desconfiam os olhos.
Faz de inventar falsas mentiras, mas também raras verdades.
É um sorriso explosivo e um vulcão de inspirações em constante erupção.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Remédio

É como ferir a cara com a palma aberta.
Desligar o cérebro da tomada e ligá-lo a uma bateria.
Duas pilhas alcalinas. 100% carregadas.
É como correr tão rápido por cima do mar e sentir que a qualquer momento você pode afundar.
Voar entre as nuvens por acaso e não ter a certeza de que uma hora não vai cair.
Vendar os olhos e atravessar o penhasco.
Ter medo é se sentir vivo.
E desabá-los sobre alguém é como arrancar seus segredos mais íntimos e dividí-los.
Colocando a sua confiança em cima da mesa.
Desafiando com fervor.
O que nos resta?
Se apoiar com palavras.
E enquanto ele, o medo, vai andando pelo seu corpo como um parasita,
Eu vou lhe tratando desse mal.
E dá-lhe sorrisos e olhares.
Beijos e abraços.
Dá-lhe amor, carinho e sentimento verdadeiro.
Pra curar seu coração.
Ainda bem que a gente junto é o melhor remédio.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Flor

Não faz um tanto que colhi uma flor num quintal desconhecido.
Ela é rosa, azul, amarela e verde. Branca, mas nada cinza.
Um arco-íris mantendo seu pote de ouro e muito perfume.
E que perfume!
Que te faz fechar os olhos e percorrer uma longa viagem de trem.
Bonita e nada breve.
Uma flor que levo no bolso e na mão. Nos braços e no peito.
Entre as pernas e atrás da orelha.
Levo a tranquilidade das suas pétalas e seu aroma me eleva.
Atinjo o céu.
E ela não se encolhe com o passar do tempo.
Ela se abre e se constrói no meu jardim.
Uma flor que se alimenta de carícias e elogios.
Que sorri ao sol e agradece à chuva.
Uma flor que fala.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Meu vício

Eu queria ser poeta e sem vergonha.
Para transformar o meu amor em poesia.
E não ter medo da sua reijeição.
Queria ser pedra em suas águas.
E poder quicar três vezes sobre sua superfície.
Antes de me perder no fundo dos seus olhos.
Seria brega e rei.
Só para te nomear princesa e não me envergonhar.
Quero ser vento e chuva.
E tocar seu rosto com suavidade. Arrepiar sua nuca.
Molhar seus lábios secos com a calmaria de uma garoa.
Eu queria ser uma estrela de rock internacional.
E fazer do seu sorriso a minha inspiração.
O seu abraço a minha droga.
E você o meu vício.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Gosto sim

Gosto de ouvir seu suspiro me acordando lá de longe, em silêncio.
Do jeito com que você me escuta, com olhos sonolentos e sorrisos acordados.
De como dividimos os segredos na mesa. Dois pra mim, um para você. Três é nós.
Gosto de assistir você dançar parada. Um musical digno de oscar.
Da sua ironia sincera, das nossas meias verdades.
Do seus lábios se contorcendo aquela noite em que eu me atrasei.
E gosto mais ainda quando eles voltam ao normal e desenham um riso de criança.
De toda essa história de amor que muito filósofo já tentou explicar.
Do jeito que você transforma a brincadeira em poesia.
Gosto de imaginar que você é um livro interminável com estrofes completas.
Uma música com a melodia perfeita.
É. Eu gosto de você.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Olhares

Em seu retorno, nada seria tão mais justo que uma grande história de mesmices.
E senta, e fala, e sorri, e convence. E mente e desmente. Segue em frente.
Acende o cigarro para continuar uma descrição cinematográfica e, com tragos prolongados, arranca a curiosidade dos ouvintes mais dispersos.
Mas pouco importa, quando seu interesse está diante dele.
Sentado com os olhos acesos, porém calmos como diversas manhãs de outonos descritas em livros já lidos antes. Que, a cada vírgula, se fechavam como planadores pousando em descampados. Suaves como o vento que escapa entre as frestas de uma janela de um carro, fechada quase que por completa, em uma longa viagem.
E, como se fosse um grande lago de águas quentes, navegou por aquele olhar com um conforto e segurança nunca vistos antes. Com suas palavras mais disfarçadas, disse que estava com a bússola em mãos.
Aquele olhar pouco se fez ao fechar por completo.
Prendeu a atenção com as cordas da sua determinação.
Arrancou-lhe o suspiro. O último trago.
E, enfim, terminou o capítulo de mais uma história.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

360

Uma volta completa completando o ciclo.
Uma vida em três versos.
Dois personagens.
Um sempre mesmo antagonista.
Um clichê que nem se deve crer.
Uma coragem de deixar se levar.
A covardia de querer.
O medo de te querer bem.
E de desejar por vinte e quatro horas.
Histórias escritas e apagadas.
Em linhas tortas, em mentiras retas.
Diretas.
Parece que foi ontem.
Mas está sendo agora.
Tudo isso ao mesmo tempo agora.
Em uma volta de 360 desabafos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

JBB 2

Uma flor se foi.
Mas seu perfume continua invadindo nosso ecossistema.

JBB

Nunca a vi, nem a ouvi.
Só sei que andava de bicicleta e sonhava com o príncipe cavalgando em seu cavalo branco.
Que penteava cabelo de bonecas, sonhando que um dia elas poderiam chamá-la de mãe.
Quem é ela? Jamais saberei.
Mas eu a vi correndo atrás daqueles que ela mais desdenhava.
Dos amores que ela menos esperava.
Dos sabores que ela sempre venerou.
Mas ela jamais provou aquilo que se diz ser necessário.
Do que diz fazer-se de uma só pessoa.
Talvez ela fez-se só de três.
Que jamais amou mais que um pai e mãe.
Mais que dois irmãos e meio.
Menos que ela um dia amaria.
Ela acena, mas não termina seu desenho.
Sorri e deixa a lágrima escorrer.
Estapeia a injustiça daqueles que julgam ser divino.
Ou não.
Ela apenas foi com promessas de voltar.
Alguém que jamais conheci.
Mas pude sentir a perda de mais uma inocência.
E que os sorrisos registrados em vida
Não sejam deturpados, estuprados e esquecidos.
E que com uma morte, faça-se valer todas as vidas.
Daqueles que um dia puderam ir e virassem flor.

Descanse em paz...

domingo, 17 de julho de 2011

Apenas não consigo o bastante

Por mais que já soubesse o que é isso faz tempo, hoje eu me apaixonei pela primeira vez.
Ouvir seu suspiro antes de cantar.
Ver seu olhos se fechando no refrãos.
O seu sorriso ao declararmos uma frase juntos.
Um olhar perdido para o céu.
Eu aqui e você aí.
Tão distantes.
Amar um música não é tão mais simples assim.

terça-feira, 12 de julho de 2011

7 dias

O inferno foi descrito.
O planeta foi criado.
Documentos produzidos.
Mas só alguns retirados.
Uma nova história sendo escrita.
Uma ausência bem lembrada.
Uma missa foi resada.
E uma saudade foi sentida.
Uma lágrima foi escorrida.
Até a lembrança foi esquecida.
Da tua voz, cheiro e sorriso.
O olhar da minha menina.
Em sete dias, tudo isso.
Eu sequer olhei pra trás.
Em sete dias, tudo isso.
Que não é nada demais.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Desafiar

Me peguei com o fogo na mão e o prazer entre meus lábios. Parado, refletindo.
Observando como quem tentava buscar a inspiração. Inspirei. Expirei.
A conclusão? Não cheguei.
Então corri para pegar meu caderninho e vomitar esse turbilhão.
Narrar o tic tac exato. O agora e de novo.
Quando você tocou a campainha, me despertando.
Uma visita e a lembrança. Breve como a brisa que bateu na janela há pouco.
E enquanto acendia meu cigarro, apagava nossa história.
Varri para debaixo do sofá toda essa farsa.
E encontrei o desejo de conquista que havia escondido de mim mesmo.
O pendurei na parede e lhe convidei para entrar.
E assim que você viu aquilo na parede, entendeu.
Essa maravilhosa sensação de desafiar o amor.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Brincadeira de criança

Não há nada mais sincero que o sorriso de uma criança.
Que com sentimentos límpidos e suaves, interpretam olhares com o mais puro dos corações.
Como quem massageia a alma com palavras doces e afaga seus problemas em um colo quente e confortável. Que te faz sentir, ao lhe beijar a bochecha, arrepios no seu âmago.
A criança apaixonada.
Que desdenha de um abraço, mas prolonga a despedida alisando os seus ombros.
E finaliza com um sorriso que impressiona. Que desperta.
Um sorriso de uma criança completamente sincera...
Foi exatamente assim que você me sorriu no fim dessa noite.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Por aí

A essa hora você está por aí.
Vagando pelas ruas, enconstando-se em uma cadeira. Uma poltrona.
Seu sorriso vai sendo desenhado lentamente por um artista que você talvez tenha medo de questionar.
Seria esse um sorriso verdadeiro? Ou apenas mais uma tentativa de acerto?
A essa hora você está por aí.
Pulando de pensamento a outro, muitas vezes passando alguns para trás sem ao menos encostá-los com os pés.
De vez em quando até senta-se e acomoda-se no aconchego daquela idealização que você pensa ser real. Mas deixa logo de lado quando outra voz lhe chama. E volta pulando para o nada.
A essa hora você está por aí.
Brincando de atuação. Enganando os seus princípios.
Imaginando-se na tela de um cinema.
E eu, aqui, assisto em silêncio a tudo isso.
A essa hora você está por aí.
E por aqui você me deixa sem sua presença.
Volta logo, que eu não aguento mais a insônia.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Anos 80

E cá estou eu, sentado em minha cadeira de vime.
Descansando e balançando os pés, após uma caminhada que duraram alguns bons anos.
Não gosto de reclamar, mas dizem que eu tenho todo o direito.
Até me pergunto, de vez em quando, se existe alguma outra função para exercer.
Pelo menos não enxergo outra resposta diante de tantos olhos perdidos no tempo e no medo.
E nas falsas esperanças.
De um volto já. Um até logo.
Olhos perdidos na saudade.
E diante do espelho, enxergo uma vida inteira.
Nunca tão vivida e levada como desperdício.
Marcas de alguém que aprendeu.
Que viveu.
E agora apenas assopra velas esperando a hora de dizer, também, um até logo.

domingo, 19 de junho de 2011

Não dessa vez

Eu anotei cada inspiração que eu tive para escrever esse texto.
Lembro-me que peguei cada uma no ar, estourando como bolhas.
E as guardei dentro do bolso.
E levei todas pra minha mesa.
Uma, duas, três.
Uma palavra.
Duas fotografias.
Três segundos.
Outras mil que se eu for listar, vira uma prosa.
Mas prefri amassar todas.
E deixar esse texto pra lá.
Pra lá mesmo.

sábado, 18 de junho de 2011

Fernando Pessoa.

Eu juro que não me lembrei de você, mas me fizeram buscá-la.
Atrás do monte, debaixo da escada. Tive até que levantar o meu tapete pra varrer o que sobrou de ti nesses longos anos.
Acontece que muita gente me fez falar seu nome e agora ele não sai da minha cabeça.
Muito menos os porquês, os poréns e os entretantos.
O que aconteceu, eu sei, já aconteceu. Mas eu tenho o direito de ter minha conspiração armada em minha cabeça. Afinal, quem seria eu se você tivesse acredito em mim?
Ou quem seria você se não tivesse? Essa que está aí agora.
Você desfila numa passarela onde os espectadores são meros aplausos do espetáculo. São mais alguns procurando o número da sua cadeira, pra buscar a segurança de estar no lugar certo.
Na hora certa.
E é errado, eu sei. Mas nunca tive a coragem de te consertar. Talvez nunca tive mão para manusear com calma os seus problemas. Mas eu tinha coragem.
E eu refiz as edições anteriores da nossa história. Mudei capítulo tal, esfreguei a página treze. Mas nenhum fato eu deixei de transformar em verdade, mesmo sabendo que naquela história eu já fui tanto herói quanto vilão.
O mais engraçado de tudo é que transformei meu antro de inspiração em uma nada agradável. Eu não aceito, muito menos desejo. Mas está aqui, está ali.
Está lá.
Você até hoje está lá. E eu não esqueço.
E até quero. E quando sonho em refilmar essa minha trajetória, com alguns ajustes, e penso n'outra como princesa, me dá esse medo. Esse medo de se perder no labirinto do quintal do meu próprio castelo.
É o fim. É o fim?
Ninguém sabe, e nem me importa.
Porque hoje o assunto é só você. Nem pensei nela, nem na amada. Só em você.
E confesso que abriu-se lagos, e borboletas voaram, e sinos tocaram.
Ao, hoje, descobrir que você ainda se lembra de mim.
Deveras,
Eu, mesmo.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Tudo isso é pouco

É como se eu tivesse caído em um pote de mel.
Como se eu pudesse sentir a música sussurrando ao pé da alma.
Como se eu fosse mais leve que o ar.
Como se eu tomasse o gole do mais velho whisky
E degustasse o melhor vinho.
É como fechar os olhos e se sentir seguro.
Como quem respira muito mais que vida.
Muito mais que sorte.
É como se eu iluminasse as minhas noites só com a luz das estrelas.
E esquentasse meu coração com um raio de sol.
O seu sorriso faz tudo isso.
E muito mais.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Eles Não

Até os gananciosos podem ser humildes.
Até os pessimistas encontram sua fé.
Há quem diga que tem pobre ficando rico
E tem até vilão virando herói...
Será que as histórias estão virando verdade?
Só sei que até os diferentes controem semelhanças
E até os mais lerdos chegam em primeiro.
Todos os desafinados alcançam o agudo quando estão amando.
E nenhuma sinceridade se desfaz em mentiras.
Até os hipócritas se enxergam no espelho.
Mas onde os fracos morrem com força,
Nenhum covarde morre com honra.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Ai de mim

Ai de mim se aquele olhar torto entortasse os meus sorrisos.
Se aquele olhar torto creditasse meus pensamentos.
Devolvesse os meus amparos.
Ai de mim se ela me desprezasse até o último capítulo.
Se me calasse com o seu silêncio.
Me trouxesse o medo de perder o jogo.
Ai de mim se ela não esboçasse a arte da felicidade.
E me devolvesse os bons'grados.
As chances de se conhecer.
Ai de mim se ela não fosse o bem maior.
Que veio dos males que sua companhia me causou.
E me causaste euforia em noites solitárias.
Ai de mim, ai de mim.
Se não fosse você para me abraçar neste frio.
E esquentar as minhas mãos.
Desbravar os 7 mares da minha mente trépida.
Ai de mim, ai de mim.
Se não encontrasse essa metade.

domingo, 29 de maio de 2011

Inquietação

O sol nem acordou quando ele estava de pé.
Na frente do armário discutia com sua mente.
Algumas meias, outras cuecas, um par de calças e dois de camisetas.
Tudo que se cabe numa mochila.
Contou seu dinheiro sentado na cama e guardou seus maços em cada bolso que carregava.
Se colocou de pé para começar. Recomeçar.
Tentou não ir até a sala enfrentar o medo.
Que, de forma ou outra, o amarraria de volta às suas angústias.
Lembrou de não deixar bilhete, mas de fazer algumas ligações.
Não falou a hora que voltava.
Abriu a porta, chamou o elevador.
E então se despediu da sua ilusão.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Aquela Piscada

Se pudesse descrever aquela piscada de olhos, sem a pretensão de fazê-la da simplicidade, não terminaria até a luz da nova lua.
O tremor do medo, do suspense, de saudade.
O medo do vaso cair e quebrar no chão.
O suspense do escuro.
A saudade da lembrança na teoria.
A vontade de sinceridade, do acerto, do sorriso.
Da sinceridade nada escura.
Do acerto em não cair.
Do sorriso de lembrança na teoria.
Aquela piscada de olhos.
Aquela piscada de tristeza. De angústia.
De sinceridade. De sorriso.
De lembrança.
Aquela piscada de olhos.
E me pergunto como consigo passar horas e descrever. E reescrever.
Aquela piscada de olhos.
Um final de dois segundos.
Mas talvez, nesse romance teatral, haja um segundo ato.
E aquela mera piscada de olhos possa ser a protagonista.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Cinco minutos

Nem que seja por meros cinco minutos, ela é real.
É verdade. De verdade.
A sinto crescer em cada fio de cabelo.
Ela se despede acenando e volta sorrindo quando a respiro de volta.
Não é mentira. De verdade.
Eu não gosto de tê-la como regente.
Não gosto de viver ao lado dela.
Mas enquanto ela está segurando minha mão, posso dizer que vivo para aqueles segundos.
Ou meros cinco minutos.
Ela é real. E intensa.
E como uma piada mal contada, ela se vai de novo.
Sem me arrancar uma risada amarela.
Como uma saudade memorável, ela me aperta.
E expreme, por dentro, uma lágrima triste.
De verdade. Não podia ser, mas é.
E toda vez que ela fica nessa gangorra, nesse sobe e desce que não tem mais fim, me pergunto qual o lado mais pesado.
O meu ou o seu?
O nosso.
Enquanto isso, espero me dar esses cinco minutos.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Incômodo

O silêncio incomoda.
Meus pensamentos somem.
Minha inspiração esvazia.
O silêncio incomoda.
Não o da minha boca.
Mas aquele que já deveria ter notado nos seus olhos.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Abismo?

Percorri um longo caminho até aqui.
E, Deus, como é lindo poder olhar tudo daqui de cima, mesmo sentindo apenas um vazio.
Agora paro e respiro fundo.
Pois sei que o próximo passo que eu der eu vou cair.
Na real.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Lei do Silêncio

Dos seus olhos, uma inspiração.
Das suas mãos, o calor.
Dos seus lábios, um desejo.
Dos seus abraços, mais calor.
Da minha cabeça, de nada serve.
De nada escreve.
Do tudo, um nada.
Do nada. O nada.
Ou tudo.
Do nada.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Não é fácil

Pra alguém um dia foi. E se não, nunca será.
Mas se fosse de um dia, o sonho se ia despertar.
Nem isso aqui. Nem acolá.
Nem pra viver. E para amar?
Parece que pra ninguém. Então, nunca será?
E se eu paro cinco horas, umas seis eu vou parar.
Bem sei que não é tão fácil. Para quem quer chegar lá.
Abro umas, duas, três. Espero a quarta me buscar.
Eu desisto de uma fala. Não precisa ser tão má.
A receita do amor que perdi sem nem notar.
Mas eu peco é na pergunta. Um dia você acreditará?
Que de hoje em diante, não será fácil lhe evitar.

domingo, 8 de maio de 2011

Um caminho

Eu juro que muitas vezes eu queria que nossa história estivesse caminhando por uma estrada com mais paisagens do que essa.
Que, ao invés de apenas estar lado a lado, olhando para frente e com pouquíssimas trocas de sorrisos e palavras, pudéssemos apenas dar as mãos e continuar em silêncio.
Mas parece que perdemos o mapa, que nos levaria para aquele maravilhoso X, faz um bom tempo. Como não pensamos em parar na metade do caminho, olhar para trás e procurar por onde estaria o erro inicial?
Apenas continuamos caminhando.
Hoje, após ter ficado alguns dias de distância, percorri mais alguns bons metros. Não sei se quero te alcançar, não mesmo. Acho que a melhor coisa que decidimos (ou decidi sozinho?) foi termos criado esse espaço de umas quatro árvores após notar o mapa perdido.
Estou deitado em uma pedra, sentindo a solidão ser acordada pelo sol quente, implorando cruelmente o reínicio da minha jornada.
Mas eu só quero ficar aqui sentado, bebendo minha água.
Porque da parte do caminho que estou, ainda consigo vê-la caminhar.
E eu sempre estarei cuidando de você, mesmo que de longe.


Feliz dia das mães..? ;)

sábado, 7 de maio de 2011

Ilusão

Now just give me one good reason to believe that you belong to me.
Not now, and maybe never.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Será.... ?

Será que você ainda não percebeu?
Que é muito mais que um bombardeio minucioso e consequente de uma distorção. Tudo isso não vem de uma homeopatia premeditada, não faz parte da minha receita e nem mesmo criei mapas estratégicos pra chegar no ponto X.
Eu simplesmente fui eu. E estou sendo. E, melhor ainda, talve, serei assim pra sempre. Espero.
E seus olhos não mentem. Suas carícias confortam e seus lábios em minha cabeça confirmam. Será que um dia você irá perceber?
Que eu não encaro a disputa como uma necessidade de vitória. Que eu não assisto à sua vida como o fanático mal-interpretado.
Eu não quero vencer, eu quero ganhar. De forma justa, se assim for.
E que eu entendo o seu jeito de pensar. Não prevejo seu movimento no tabuleiro do xadrez, mas sinto seu pensamento como se fosse o meu. Será que um dia você vai acreditar em sintonia? Em harmonia entre diálogos? Em olhares profundos limitados a alguns milésimos?
Na verdade não sei, mas penso em.
E pensar me faz pensar.
Será que um dia você vai notar tudo isso e acreditar? Se já não o faz.
Então porque será?
Eu não sei, mas queria saber.
Por enquanto o que me resta fazer é sonhar.
Que, um dia, você será.

De um homem só

Um grande amigo anônimo me disse, certo dia, que o amor não pode ser comprado.
Eu concordo e até reforço.
Não lhe comprarei anéis de diamantes, não lhe enviarei flores toda semana. Nem todo mês. De piegas morreu o romântico, perdido em meio a tantos desfiles e alegorias.
O que eu posso oferecer vai além da sinceridade, da autonomia, da carga física que lhe falta em sua bateria diária. Eu quero é mais; quero ser um homem só.
Eu não lhe enfeitaria da cabeça aos pés com dourados e brilhantes, muito menos lhe levaria o presente mais caro. O superficial, creio eu, deixo para os mais ilustres exibicionistas. No palco que me oferecem, só subo com meus ideais.
E você se encaixa nele. E neles.
Mesmo hoje entendendo que o que um dia enxerguei em seus olhos eram apenas fantasias minhas, não há nada que me faça fechar a ferida de uma certeza desmascarada. Hoje sei que nada mais sou do que seu lápis preferido. Pronto para rabiscar sentimentos na sua pele e você poder apagar 5 dias em apenas algumas horas.
O meu exército é de um homem só. Enquanto o deles é inumerável, indiscutível.
Do que adianta me esforçar para esperar a bala fria acertar o meu peito e acabar sucumbindo de joelhos, diante à mentira?
Nada.
Agora sei o quão difícil é cruzar um oceano para desencontrar do grande amor.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Um livro

O antagonista sempre alcança seu objetivo para depois provar o sabor da derrota.
E os protagonistas vivem felizes em seu conto de fadas. Para sempre.


Só se for no seu livro.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Uma obra-prima

Escrevo estes versos num caderno velho e sujo, porque é com minhas mãos tocando as folhas mais suaves que consigo me lembrar do que sinto com você. Será tão longo e efetivo o texto que vem correndo atrás desse grafite desgastado, como quem corre atrás de um sonho e se desespera ao vê-lo partir ao meio? Não há apontador que afie mais essa incerteza sobre essas entrelinhas.
Ao encostar no papel, vejo o literal acontecer diante dos meus olhos. O meu mundo desabando sem hesitação, transformando o branco no preto, o vazio sendo tomado pelo medo, pela fome. Pela esperança, que logo se devaneia entre as curvas do "p" de paixão e os de perdido. E perdido finalizo a frase com as minhas reticências...
Mas meu raciocínio, como um mapa, consegue me colocar no caminho de volta e então corro para alcançar os dois pontos de partida: eu e você. E mal cheguei, já deu pra perceber que essa história toda não teria tantas exclamações de alegria, mas sim milhares de interrogações que sequer um dia seriam respondidas. Por que? Por que não?
E enquanto escrevo posso ouvir uma contraditória borracha ao pé do ouvido. Ora me influenciando a pegá-la o quanto antes e apagar cada momento que vivemos, cada sonho e suas novas oportunidades, cada hora, minuto, segundo... Vez e outra, apenas ignorando meus anseios e insistindo para eu seguir em frente na escrita desta história.
Mas agora chega, esse é o fim da linha. E é aqui que vou terminar o que nem deveria ou até mesmo foi começado nesse caderno velho e sujo. E amarrotado.
Termino meu texto e ponho o ponto final.

Mas sinto como quem ainda não estivesse virado a página.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Só se for...

Sua cabeça gira e você perde o sono. A náusea chega e avisa "eu vou ficar". Você se senta na varanda da sua casa e prefere apagar a luz. Pra pensar.
Pra não pensar.
Mas a lembrança vem, você fecha os olhos e as mãos, respira fundo e a amarga saliva desce pela sua garganta.
O sabor da angústia.
O aperto no coração faz o sangue fervilhar e você consegue pintar nesse quadro negro que insiste em chamar de pensamento a visualização da crueldade.
E mais uma vez a saliva escorre pela sua garganta, dessa vez doce.
O sabor da vingança.
A coisa é ruim e você quer que ela vá embora. Mas ao mesmo tempo cerra os dentes na tentativa, muitas vezes positiva, dela continuar dentro de você.
Até que você finalmente suspira e chora. E, como num pesadelo, você pega o controle remoto para desligar brutalmente aquela cena de filme de terror. Mas ainda insiste em lamber os lábios para que nunca se esqueça daquele gostinho.
É. Sofrer de ódio é terrível.
Por isso eu prefiro sofrer de amor.

Nota: Agradecimento especial pela frase perdida que gerou o post: Yuri Braga

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Da paixão

É engraçado ver você dizendo não, mas seus olhos dizendo sim.

domingo, 17 de abril de 2011

Saudade

Eu não acreditei quando me disseram que você estava na porta.
Meus olhos piscaram duas vezes e se fecharam. E então pude sentir o seu perfume.
Do sofá para a cozinha, num pulo, fui cumprimentá-la. Eram apenas sorrisos. Você se soltou de sua companhia e veio direto para mim, e me deu as mãos.
E de mão dadas seguimos para a sala, onde nos sentamos naquele mesmo sofá. Onde já passamos inúmeros grandes momentos.
Com minhas mãos lhe ergui até meu rosto e lhe beijei os lábios.
E lhe envolvi entre meus beijos e abraços.
Enfim, reacendemos a nossa paixão.
E nós matamos a saudade.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A lua desceu.
Mergulhou numa noite sem estrelas, num buraco negro de ilusões.
Não brilhou como o clichê, nem voltou para buscar o que deixou pra trás.
Ela só desceu, se escondeu.
E a noite voltou a ser mais uma penumbra para os perdidos da escuridão.

sábado, 9 de abril de 2011

A sua volta

E cá estou, deitado em meu divã imaginário. Criando ilusões do porque você me deixou mais uma noite.
Como de costume, o cigarro está aceso. O cinzeiro se lota enquanto eu tento esvaziar a minha mente, mas de alguma forma tudo o que eu penso é no vazio que você me traz. A cada trago eu busco puxar sua presença e me lembro de lhe expulsar junto à fumaça.
E como um bêbado apaixonado, volto a lhe tocar nos meus lábios.
Não me vejo sonhando sem seu toque suave em meus olhos. Procuro motivos para me esconder debaixo da coberta, só que eles somem ao notar a sua falta. A sua volta.
Vez e outra meu celular avisa que as horas passam, até o barulho lá embaixo me diz que tudo está se despertando. Menos eu, sem você.
Estou dormindo o sono dos ausentes e a culpa é toda sua.
As pessoas te chamam de vários nomes.
Mas hoje eu gostaria de lhe chamar insônia.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Ah, se já...

Muitas vezes acordei pensando em você. Separava minha roupa pensando se sua atenção seria atraída e, vez ou outra, trocava de camiseta . Já fumei mais de dois cigarroas à sua espera.
Uma, duas, talvez três horas se passaram e eu não soube como dizer oi. Já criei assunto, sim! E também ouvi sua música que já foi de outra, sem sequer lembrar dos olhos dela.
Lhe escrevi e apaguei. Alguns rascunhos talvez guardei, mas sem a pretensão de um dia enviar. Me acostumei com o sim, o não e o talvez. Até nomeei o bonequinho rosa do Jogo da Vida em sua homenagem.
Já cantei "sem você sou pá furada" em voz alta, sozinho na sala.
Já te idealizei milhares de vezes. E errei muito com isso, por sinal.
Já me maltratei no sonho mais utópico.
Na verdade mais verossímil.
Nas noites de insônias mais mal dormidas.
Mas hoje não. Vou dormir e você não me acompanha.
Já foi-se o tempo de eu não viver mais com você.
Ah, se já...

sexta-feira, 25 de março de 2011

Será que vai dar samba?

A batida do pé talvez nem acompanhasse a percussão, mas ela já não ligava e nem ouvia.
Entre o grito e o gole, um choro sem lágrima. Uma risada e o gracejo.
E foram olhares, sorrisos, acenos e elogios.
Ela quis um samba só pra ela, mas só encontrou um blues desafinado.
A baixinha do grande amor?
A marchinha do compositor.
E nas letras mal cantadas, a interpretação só gera dúvidas.
Enquanto a música não acaba, a gente vai levando.
Só não deixemos esse samba morrer.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Entre eu e você

É engraçado como só nas horas de aperto eu venho me esconder atrás do seu ombro.
Engraçado e vergonhoso. Acho até que mereço... não. Acho que devo pedir desculpas.
Mas pouco depois de um mês sem ao menos me lembrar que você existe, eu voltei correndo. E até perdi a mão pra escrever, não quero nem fazer bonito, é mais um desabafo.
O motivo?
Insônia, talvez. Paixão, sempre. Desilusão.... preciso comentar? Você sempre foi o meu peito aberto, aclamando a multidão vazia dele mesmo.
A verdade é que parece que perdi o jeito, o jogo de cintura. Não voltei e nem lembrei de ti.
Mas foi só eu ver um retrato aqui ou ler uma frase acolá que você surgiu na minha cabeça. E junto de você diversas ideias fervorosas, implorando para serem descartadas aos montes de lixos luxosos desse clichê que você se tornou.
Foram já alguns anos. E eu quero mais.
Não te abanadonarei, não hoje. Talvez nunca.
Mas que isso tudo fique sempre entre você e eu.