terça-feira, 6 de setembro de 2011

Olhares

Em seu retorno, nada seria tão mais justo que uma grande história de mesmices.
E senta, e fala, e sorri, e convence. E mente e desmente. Segue em frente.
Acende o cigarro para continuar uma descrição cinematográfica e, com tragos prolongados, arranca a curiosidade dos ouvintes mais dispersos.
Mas pouco importa, quando seu interesse está diante dele.
Sentado com os olhos acesos, porém calmos como diversas manhãs de outonos descritas em livros já lidos antes. Que, a cada vírgula, se fechavam como planadores pousando em descampados. Suaves como o vento que escapa entre as frestas de uma janela de um carro, fechada quase que por completa, em uma longa viagem.
E, como se fosse um grande lago de águas quentes, navegou por aquele olhar com um conforto e segurança nunca vistos antes. Com suas palavras mais disfarçadas, disse que estava com a bússola em mãos.
Aquele olhar pouco se fez ao fechar por completo.
Prendeu a atenção com as cordas da sua determinação.
Arrancou-lhe o suspiro. O último trago.
E, enfim, terminou o capítulo de mais uma história.