terça-feira, 26 de julho de 2011

JBB 2

Uma flor se foi.
Mas seu perfume continua invadindo nosso ecossistema.

JBB

Nunca a vi, nem a ouvi.
Só sei que andava de bicicleta e sonhava com o príncipe cavalgando em seu cavalo branco.
Que penteava cabelo de bonecas, sonhando que um dia elas poderiam chamá-la de mãe.
Quem é ela? Jamais saberei.
Mas eu a vi correndo atrás daqueles que ela mais desdenhava.
Dos amores que ela menos esperava.
Dos sabores que ela sempre venerou.
Mas ela jamais provou aquilo que se diz ser necessário.
Do que diz fazer-se de uma só pessoa.
Talvez ela fez-se só de três.
Que jamais amou mais que um pai e mãe.
Mais que dois irmãos e meio.
Menos que ela um dia amaria.
Ela acena, mas não termina seu desenho.
Sorri e deixa a lágrima escorrer.
Estapeia a injustiça daqueles que julgam ser divino.
Ou não.
Ela apenas foi com promessas de voltar.
Alguém que jamais conheci.
Mas pude sentir a perda de mais uma inocência.
E que os sorrisos registrados em vida
Não sejam deturpados, estuprados e esquecidos.
E que com uma morte, faça-se valer todas as vidas.
Daqueles que um dia puderam ir e virassem flor.

Descanse em paz...

domingo, 17 de julho de 2011

Apenas não consigo o bastante

Por mais que já soubesse o que é isso faz tempo, hoje eu me apaixonei pela primeira vez.
Ouvir seu suspiro antes de cantar.
Ver seu olhos se fechando no refrãos.
O seu sorriso ao declararmos uma frase juntos.
Um olhar perdido para o céu.
Eu aqui e você aí.
Tão distantes.
Amar um música não é tão mais simples assim.

terça-feira, 12 de julho de 2011

7 dias

O inferno foi descrito.
O planeta foi criado.
Documentos produzidos.
Mas só alguns retirados.
Uma nova história sendo escrita.
Uma ausência bem lembrada.
Uma missa foi resada.
E uma saudade foi sentida.
Uma lágrima foi escorrida.
Até a lembrança foi esquecida.
Da tua voz, cheiro e sorriso.
O olhar da minha menina.
Em sete dias, tudo isso.
Eu sequer olhei pra trás.
Em sete dias, tudo isso.
Que não é nada demais.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Desafiar

Me peguei com o fogo na mão e o prazer entre meus lábios. Parado, refletindo.
Observando como quem tentava buscar a inspiração. Inspirei. Expirei.
A conclusão? Não cheguei.
Então corri para pegar meu caderninho e vomitar esse turbilhão.
Narrar o tic tac exato. O agora e de novo.
Quando você tocou a campainha, me despertando.
Uma visita e a lembrança. Breve como a brisa que bateu na janela há pouco.
E enquanto acendia meu cigarro, apagava nossa história.
Varri para debaixo do sofá toda essa farsa.
E encontrei o desejo de conquista que havia escondido de mim mesmo.
O pendurei na parede e lhe convidei para entrar.
E assim que você viu aquilo na parede, entendeu.
Essa maravilhosa sensação de desafiar o amor.