terça-feira, 2 de novembro de 2010

Meditação

De olhos fechados eu consigo ouvir bem melhor.
O chiado das árvores anunciando a tempestade.
Consigo enxergar através das lentes embaçadas,
Prevendo o próximo movimento do cavalo no xadrez.
Consigo imaginar toda minha vida.
Às vezes no céu, às vezes no inferno. Às vezes no limbo.
O bom mesmo é só enxergar a maçã no fundo branco.
Ou melhor, só o branco.
O abrir e fechar das narinas ensinam o coração ansioso.
Carregando os pulmões com ar puro,
Elevando meus pensamentos ao último andar.
As pernas cruzadas disciplinam a minha folga.
A coluna reta arde e assina a dor não sentida.
Até o rio, lá embaixo da colina, parece saudar a minha calmaria.
Uma gota de chuva parece cair ao meu lado.
O céu está limpo, claro e vívido.
Respiro fundo.
Treino a compreensão.
Abro os olhos e me vejo do outro lado.
Sentado em meu quarto.

Nenhum comentário: