sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A inspiração

A inspiração não nasce, se cria.
Ela se esconde. Debaixo da cama, atrás dos livros nunca lidos.
É a poeira invisível, a gota d'água no copo de vidro.
A inspiração não se cria, se acolhe.
Ela vem de braços abertos. Envolve o pescoço e mistura com a mente.
É a música ouvida, a memória do outro lado da lente.
A inspiração não se acolhe, se compra.
Com um cheque sem fundo, com moeda sem valor.
Mas você também pode comprar com um pouco de amor.
A inspiração não se compra, nem se vende.
É objeto pessoal com seu rosto estampado.
E no verso você vê o seu nome marcado.
A inspiração é tudo que se enxerga e sente.
É ódio e amor. A verdade de quem mente.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sobre o rascunho

Guardei os meus rascunhos no segredo do que ainda não existe...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Lógicas ilógicas sempre seguem uma lógica.

Pode-se até dizer que um raciocínio sem argumentos suficientes para fazê-lo lógico é impossível de ser receptivo. Talvez até tenha um pouco de coerência, mas falta razão. Ser racional demais não é tão bom assim, e se não tiver certo "gerenciamento" de razão, vira-se um cético.
E não que ser cético é algo desgostoso. Mas ceticismo em excesso tende a se tornar ignorância.
Entenderam a ironia? Quanto mais racional você se torna, mais ignorante você fica.
Vamos piorar...
Se você está acostumado e vem de uma sociedade que te ensina que o "certo" é confiar sempre nos inteligentes, e essa mesma sociedade diz que aquele que mais é racional, mais inteligente será seu argumento, como você fica nessa situação?
Não existe raciocínio sem lógica, existe argumento sem construção. Para se obter um raciocínio, ele automaticamente tem uma lógica, por mais ilógica que a lógica seja, ela será uma lógica. Alguém que jogar argumento contra o raciocínio, dizendo que ele não tem lógica e ainda mostrar qual a lógica certa para seu raciocínio, quebrará a cara.
Pensamento não é igual expressão matemática. Não importa como, basta acertar ao valor real de X. Mas vamos ao que interessa...

Havia, certos tempos, uma grande empresa que praticava a mineração em terras nunca antes exploradas. Phillip, um do encarregados de extrair os minérios, fora enviado para uma longa selva, onde o mapa indicava uma trilha, a qual ele caminhava.
Encontrou ao final dela, um local ideal para procurar algo. Começou a escavar e a procurar por pedras preciosas, quando encontrou uma grande rocha de ônix. Um mar negro congelado no tempo, paralisado e embrulhado pela natureza.
Phillip ficou maravilhado e continuou a explorar todo aquele minério. De tempos em tempos, juntava lascas num grande saco que ele levaria com ele. Após algumas horas, cansado, sentou-se perto de uma árvore e viu que, atrás da rocha que ele estava explorando, havia outra que ele também poderia explorar.
Sem titubear, Phillip pegou suas ferramentas e voltou ao trabalho. Não demorou muito e já avistou uma ponta do que parecia ser pedra preciosa. Em um pouco mais de tempo, o homem descobrira uma fonte de esmeraldas. Era nítida a diferença de tamanho, a rocha que Phillip encontrou ônix era quase o dobro do tamanho das esmeraldas.
Mas Phillip ficou apaixonado pelo brilho daquelas pedras. Se fosse uma mulher, seria uma Deusa. O verde encontrava os olhos cansados de Phillip e o davam forças para continuar a escavar, mais fundo, em busca do coração daquela pedra.
Em pouquíssimo tempo, um saco estava repleto de pedras verdes. Foi quando um desastre aconteceu. A rocha estava arriscando desabar e Phillip decidiu sair. Para não acabar de vez com a sua exploração, ficou até quando a rocha começou a soterrar de fato.
Correndo para longe, Phillip ainda viu que dava tempo de salvar um dos sacos. Mas qual salvar? O saco preto da ônix, sua primeira vista, o primeiro encontro. Ou o saco verde de esmeraldas, a paixão e a serenidade? O tempo voa.
Decida-se, Phillip. Ou você com um, ou você sem nenhum, ou nenhum dos três.
A rocha despencou, Phillip hesitou. Respira fundo, você tem três ou dois segundos.
Decida-se, Phillip. 3.
Decida-se, Phillip. 2.
Decida-se, Phillip. 1.
Decidido!
A rocha caiu. Soterrado. Soterrados.
Soterradas...
Resta saber, acabar.

E pra quem ainda acha que isso tudo tem um raciocínio. É, bom.... sei lá. Pra tudo existe lógica.
Obrigado.

Sobre mim

Eu sou meu maior enigma...

Sobre a felicidade

Felicidade é uma pequena dose que não nos cansamos de virar.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sobre Shakespeare

"O mundo é um palco, e homens e mulheres, não mais que meros atores. Entram e saem de cena e durante a sua vida não fazem mais do que desempenhar alguns papéis."

Sobre a música

Entre acordes e melodia.
Se é música, é vida.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Se eu pudesse

Se eu pudesse beber o que estou sentindo agora, seria mais saboroso que o hidromel para os deuses.
Se eu pudesse comer, seria o pão, a carne e o queijo.
Se eu pudesse vestir, seria a nobreza, o casual e o romântico.
Se eu pudesse pegar, seria uma pluma, uma seda suave, a liberdade.
Se eu pudesse ouvir, seria o vento, as ondas do mar e os trincos do fogo.
Se eu pudesse respirar, seria o ar puro, os aromas apaixonantes, a felicidade.
Se eu pudesse pisar, seria a água morninha, a nuvem de algodão e a leveza.
Se eu pudesse criar, seria o inexplicável.
Se eu pudesse dizer, seria o amor.
Se eu pudesse exprimir em sentimento visível, seriam lágrimas com sorrisos.
Se eu pudesse dizer, eu diria.
Se pudesse, você seria.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Quem sou eu?

É como o vento, o mar e o fogo.
Não se vê, mas se sente, é inconstante e perigoso.
É como a aurora e a chuva.
Um espetáculo natural. Uma obra prima para uns, um descarrego para outros e maldição para infelizes.
É longa estrada que segue indo e depois vindo,
Não existe contramão, as vezes sim, e se bifurca no final.
É personagem de romance europeu.
É mocinha e mocinho. É bruxa e vilão.
Como tirar as meias no verão, é alívio.
E é conforto, como se cobrir nos braços quentes, no inverno.
Um sorriso, um aperto e um desejo. É felicidade.
Uma lágrima, outro aperto e desespero - vocês sabem o que.
É barroco, arte antiga. Antítese de si mesmo.
É modernismo, arte abstrata. Liberta-se nos versos livres.
Todo o sincronismo, a falsidade.
O medo de arriscar, de correr e de sentir.
Um livro de respostas que nunca foi aberto.
É verdade e mentira, uma eterna confusão.
No final, é sempre a mesma interrogação.



quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A verdade

A verdade é paradoxal.
É um soco no estômago, um sorriso estampado.
É a ponta da felicidade e o tapa na cara.
A verdade é contraditória.
É um tiro no pé e no escuro.
Um calor que invade a fria pele.
A verdade é a mentira bem contada.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Através das janelas

Da janela eu vejo o céu, a noite e as estrelas.
As nuvens bem brancas por trás e por cima do sol.
Da janela eu vejo a rua, os carros e as pessoas.
O casal apaixonado, a família reunida e os amigos se encontrando.
Da janela eu vejo o vizinho, o desconhecido conhecido.
Um filme que não tem fim até que ele aconteça.
Da janela eu vejo as árvores, os animais, a natureza.
Ouço e sinto o vento, assisto ao espetáculo da chuva. Terror.
Da janela eu vejo a vida, eu esqueço a morte e continuo indo.
Desço ladeira e subo as escadas. Escalo montanhas, mergulho em riachos.
Dizem que os olhos são as janelas da vida.
E não há nada mais reconfortante do que olhar, através da minha janela, os seus olhos
E então me lembrar de que há muito mais beleza para se admirar através das minhas janelas.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O Ego

O orgulho, a sujeira, a prepotência.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sobre o tempo

O tempo é medida criada pelo homem para que ele tenha algo com que se ocupar enquanto espera seus anseios...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Bomba relógio

Sou bomba relógio.
Tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic..




BOOM!

Sobre ser, humano e nós

O ser é humano enquanto somos animais.
Distintos e irracionais, encontrando a razão no mais singelo sentimento.
O ser é racional enquanto somos mais humanos.
Egocêntricos e idolatrados. Estrelas de cinema num céu escuro.
O ser é humano. E nós?
Nós somos apenas mais um grão de areia, mais uma partícula do vento, mais uma molécula do pingo d'água.
Nós somos vida. E a vida somos nós.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Sobre as cores

Dos tons e cores deste mundo, eu só quero levar o negro dos teus olhos...

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Sobre amor próprio, egoísmo e respeito

O amor próprio e o egoísmo. Coisas distintas que podem ser facilmente confundidas pelas mentes menos, digamos assim, esclarecidas.
Eu entendo por amor próprio o sentimento que vem de fora pra dentro, tanto quanto de dentro pra fora. É necessário você primeiro refletir e se perguntar "eu me amo? eu realmente me quero bem?" para depois começar a praticar ou continuar praticando esse exercício no seu dia a dia.
Já o egoísmo é a pessoa sempre pensar nela mesma e se por em primeiro plano para tudo na vida. É você ter duas opções, uma favorecendo você e outra desfavoreçendo, e você optar pelo primeiro caminho.
Agora... se amor próprio é você querer sempre o seu bem e o egoísmo é você sempre pensar em você e nas coisas favorecidas tão somente à você, qual é a diferença das duas? Egoísmo e amor próprio, quando vistos por uma mente egoísta, são sinônimos. Já quando vistos por um amante, são extremos opostos.
A diferença entre os dois resume-se em uma palavra: respeito. Você pode amar e pensar em você, sempre. Porém, se não tiver o respeito de entender e estabelecer o seu limite, sua linha imaginária que vai separar o egoísmo do amor próprio sucumbirá e, infelizmente, o egoísmo há de vencer.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Desconectar

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A vida começa e é contínua. A rotina vem a calhar mais cedo do que você imagina, e quando menos se espera você acorda e dorme pensando nas mesmices diárias.

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Acorda, fuma, toma banho, trabalha, almoça, fuma, trabalha, trabalha, fuma, trabalha, pega chuva, trabalha, vai pra faculdade, dá risada, se diverte, flerta, sorri, vai pra casa e dorme.

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Fim de semana!
Bar, cerveja, mulheres, cigarros. Uma vez ou outra é até bom fumar unzinho para relaxar.
Um filminho e uma conversa na sala escura. Fazer filosofia até onde os menos céticos duvidam ter espaço.

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Renovado. Revitalizado!
Rotina, você pode voltar.

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Férias? No "equiziste".

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Drama Autofax.
Quero morrer, quero matar.

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O stress é meu grande companheiro.
O meu grupo é meu principal inimigo, assim como o meu coração.

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Estou cansado, irritado, stressado e de saco cheio. Em suma: não quero ver, nem falar com ninguém.
Preciso de descanso, preciso dormir.
Uma nova novela está passando. E terminando também.

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As luzes de Natal por toda a cidade me encantaram nas primeiras semanas, agora me dão nojo e repúdio.
Preciso fugir e sumir.

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Arranquei o cabo, fiz log-off.
Me desconectei do mundo.

E voltemos aos 0%...