quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Lógicas ilógicas sempre seguem uma lógica.

Pode-se até dizer que um raciocínio sem argumentos suficientes para fazê-lo lógico é impossível de ser receptivo. Talvez até tenha um pouco de coerência, mas falta razão. Ser racional demais não é tão bom assim, e se não tiver certo "gerenciamento" de razão, vira-se um cético.
E não que ser cético é algo desgostoso. Mas ceticismo em excesso tende a se tornar ignorância.
Entenderam a ironia? Quanto mais racional você se torna, mais ignorante você fica.
Vamos piorar...
Se você está acostumado e vem de uma sociedade que te ensina que o "certo" é confiar sempre nos inteligentes, e essa mesma sociedade diz que aquele que mais é racional, mais inteligente será seu argumento, como você fica nessa situação?
Não existe raciocínio sem lógica, existe argumento sem construção. Para se obter um raciocínio, ele automaticamente tem uma lógica, por mais ilógica que a lógica seja, ela será uma lógica. Alguém que jogar argumento contra o raciocínio, dizendo que ele não tem lógica e ainda mostrar qual a lógica certa para seu raciocínio, quebrará a cara.
Pensamento não é igual expressão matemática. Não importa como, basta acertar ao valor real de X. Mas vamos ao que interessa...

Havia, certos tempos, uma grande empresa que praticava a mineração em terras nunca antes exploradas. Phillip, um do encarregados de extrair os minérios, fora enviado para uma longa selva, onde o mapa indicava uma trilha, a qual ele caminhava.
Encontrou ao final dela, um local ideal para procurar algo. Começou a escavar e a procurar por pedras preciosas, quando encontrou uma grande rocha de ônix. Um mar negro congelado no tempo, paralisado e embrulhado pela natureza.
Phillip ficou maravilhado e continuou a explorar todo aquele minério. De tempos em tempos, juntava lascas num grande saco que ele levaria com ele. Após algumas horas, cansado, sentou-se perto de uma árvore e viu que, atrás da rocha que ele estava explorando, havia outra que ele também poderia explorar.
Sem titubear, Phillip pegou suas ferramentas e voltou ao trabalho. Não demorou muito e já avistou uma ponta do que parecia ser pedra preciosa. Em um pouco mais de tempo, o homem descobrira uma fonte de esmeraldas. Era nítida a diferença de tamanho, a rocha que Phillip encontrou ônix era quase o dobro do tamanho das esmeraldas.
Mas Phillip ficou apaixonado pelo brilho daquelas pedras. Se fosse uma mulher, seria uma Deusa. O verde encontrava os olhos cansados de Phillip e o davam forças para continuar a escavar, mais fundo, em busca do coração daquela pedra.
Em pouquíssimo tempo, um saco estava repleto de pedras verdes. Foi quando um desastre aconteceu. A rocha estava arriscando desabar e Phillip decidiu sair. Para não acabar de vez com a sua exploração, ficou até quando a rocha começou a soterrar de fato.
Correndo para longe, Phillip ainda viu que dava tempo de salvar um dos sacos. Mas qual salvar? O saco preto da ônix, sua primeira vista, o primeiro encontro. Ou o saco verde de esmeraldas, a paixão e a serenidade? O tempo voa.
Decida-se, Phillip. Ou você com um, ou você sem nenhum, ou nenhum dos três.
A rocha despencou, Phillip hesitou. Respira fundo, você tem três ou dois segundos.
Decida-se, Phillip. 3.
Decida-se, Phillip. 2.
Decida-se, Phillip. 1.
Decidido!
A rocha caiu. Soterrado. Soterrados.
Soterradas...
Resta saber, acabar.

E pra quem ainda acha que isso tudo tem um raciocínio. É, bom.... sei lá. Pra tudo existe lógica.
Obrigado.

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