segunda-feira, 29 de junho de 2009

Carpe

Marque um x no calendário.
Transforme o amor em escárnio.
Dê mais atenção, não sinta medo.
Busque a vida.
Transceda a liberdade.
Marque um x no calendário e vá.
Não olhe com anseio para o último dia do mês.
Sinta saudade e olhe para trás.
Precise de carinho, sinta-se sozinho, mas não sempre.
Doe mais. Se dê mais.
Marque um x no calendário e espere.
Tenha calma e atitude.
Viva o hoje, lembrando-se do ontem e pensando no amanhã.
Mas, por favor, viva o hoje.
Sente no sofá e cuide de você,
Cuide do outro, cuide de tudo.
Procure, mas não seja um stalker.
Dê atenção, não todo o seu tempo.
Marque um x no calendário e entenda.
Preste atenção.
Saiba dizer não.
Marque um x no calendário.
E viva cada vida como se fosse a última.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Branco

Lhe deram um balde de tinta para pintar a parede branca do seu quarto. Lhe deram também pincéis e rolos, uma escada e jornal para forrar o chão. Lhe deram outros baldes com outros tons para ele escolher, além de todo tempo que precisava para criar.
Ficou horas parado no meio do quarto vazio, olhando para a cama, a única coisa que restara alí. Projetou em sua mente diversas idéias de como pintaria e anotou as melhores no papel. Pensou mais e anotou mais.
Lhe deram apoio e lhe deram esperanças. Lhe alimentaram o ego, dizendo o quão talentoso ele era. Lhe sorriram e tapinhas camaradas nas costas foram dados, para motivar sua criatividade. Lhe deram total liberdade e vetaram as possibilidade de podar sua arte.
Molhou o pincel em uma das latas, não gostou.
Afogou seu indicador em outra, não gostou.
Olhou para a parede com anseio de verdades. Cansara das sinceridades que brilhavam naquele branco. Chega!
Pegou a escada e a pôs no meio do vazio. Um degrau, dois... três. Mergulhou o rolo na tinta e começou a extravasar a sua mais bela criação. Um pouco de gelo, um pouco de azul, uma mistura de azul royal com cinza claro, uma obra prima.
Desceu com determinação e foi atrás da mulher que o colocara alí dentro. Pediu sua opinião sincera. Ela simplesmente sorriu. Ponto ganho.
Fechou novamente o quarto e partiu para a outra parede. Com mais cautela e mais pensativo, idealizou a perfeição naquele branco nulo. Colocou-se a pintar. A mente não parava de trabalhar e enquanto mecanizava as pinceladas, entre um mergulho e outro na tinta, já pensava na próxima parede.
Terminou mais uma e foi chamar novamente sua superiora. Outro sorriso, outro ponto.
Com mais confiança, tratou de pintar o resto do quarto sem requisitar aprovações. Fez as misturas em suas tintas, mediu a quantidade exata de água e criou algo sublime e surreal. Continuou a criar e pintou com pinceladas leves e pesadas, carregando a incerteza em sua arte. Trabalho completo é trabalho bem feito. Foi chamá-la pela última vez. Aplausos. Vitória.
Lhe ofereceram dinheiro. Lhe ofereceram trabalho. Lhe ofereceram glamour... fama.
Ele apenas voltou para o seu quarto e deitou em sua cama, fechando os olhos cansados de mais um dia cansativo. Sentia seu corpo pesado, suas pernas tremiam e seus braços estavam presos ao colchão. Sua mente doía.
Ao acordar sentiu a claridade. Abriu os olhos e viu todas as paredes branca. Notou, então, que o que lhe fazia pintar não era a obrigação, mas somente a liberdade de criar...

Pronto, eu falei.

Pronto, eu falei.
Lavei a alma, mas sujei a vida.
Alterei o ego e a imagem.
Ultrapassei o medo e encontrei o orgulho.
Por quanto tempo?
Caberá agora a ele me dizer se fiz certo.
Poça d'água na calçada vazia.
Um buraco no tecido fino.
O escuro túnel do pensar.
Pronto, eu falei.
E já procuro a velha máquina do meu avô cientista.
Quis conhecer seu semblante.
Quis dar o valor da noite.
Perdi o sono e o sentido.
Pronto, eu falei.
E talvez tenha sido o certo.
Mas nem sempre a vontade.
Dizem que é normal.
Mas sei que é errôneo.
Pensamentos difusos no céu estrelado.
Bate-papo que não cessa. Vontade que espelha a ansiedade.
Pronto, eu falei.
Deito na cama e fecho os olhos.
Abro-os e ainda é noite.
Os fecho quando já está de dia.
Deito na cama e durmo.
Na esperança de amanhã ser o novo dia.
Encontrar o novo espaço para preenche o vazio.
De um dia ter lembrado que te esquecer não é assim tão fácil.
E há de ter.
Pronto, eu falei.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Olhos

Uma idéia que começou com um café, passou a ser um jantar, depois um café e terminou com um par de novos olhos. O garoto convidou-a na simplicidade de ter uma companhia naquela noite, pois ele não estava se sentindo bem. Angústia.
Horas antes, sentiu uma vontade de chorar como uma criança que caiu da bicicleta. Uma lágrima escorreu e com a mesma velocidade que ela caíra, ele a secou e segurou firme e forte todo aquele sentimento. Respirou fundo.
Continou o dia normal e voltou a fazer as piadinhas rotineiras, fato que precisava fazer parte do seu dia a dia, sua máscara para que, ao se olhar no espelho, acreditasse que tudo em sua vida estava perfeito. Mentiras sinceras.
Ficou mais tempo no trabalho, conversou com seu chefe, ouviu elogios, mas nada daquilo tirava sua angústia de dentro dele. Resolveu, então, convidá-la para um jantar.
Sentaram na mesa e acenderam um cigarro. Como sempre, a fim de não se mostrar em situação crítica, o garoto fez as suas brincadeirinhas e riu sinceramente e contou todas as novidades, para deixá-la atualizada dos acontecimentos pertinentes.
Bastou um olhar perdido através do vidro da janela para ela perceber e notar algo estranho. Ela perguntou. Ele respondeu. E falou, e comentou, e oscilou entre o amor e o ódio... e a decepção. Como numa galeria, expôs seus sentimentos enquadrados no ar. Emoldurou-os com sua simplicidade e apresentou-os como obras-prima de um coração singelo e puro, como era o dele.
E a conversa se prolongou por horas e alí ficaram. O garoto desabafou tudo e se sentiu tão bem que não queria mais ir embora e enfrentar a realidade que esperava do lado de fora da porta do restaurante.
Ela tirou seus olhos e colocou dois novos para ele encarar o futuro com um olhar mais verdadeiro e entender que nem tudo que se fala e se pensa são para ser interpretados daquela maneira. Ele se levantou, abraçou-a e agradeceu muito.
Chegou em casa muito feliz e renovado, com seus dois olhos novos. Olhos para uma nova vida, novos caminhos e novas experiências. Novas pessoas seriam notadas e as já conhecidas seriam observadas de outra maneira, talvez mais criteriosa, porém da forma correta de se ver.
Seus olhos eram iguais para quem os olhasse de fora, mas em sua cabeça ele pensava que era o melhor. Um mundo totalmente novo o esperava e ele estava ansioso para tudo aquilo.
Sentou no sofá e acendeu outro cigarro e então ele percebeu: seus novos olhos nunca seriam compatíveis com o coração...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Mais uma dose

Encha meu copo de ânimo.
Uma dose de adrenalina para continuar a vida.
Uma dose de amor para os mais solitários.
Uma dose de luz para os mais perdidos.
Encha meu copo de prazer.
Uma dose de diversão para os depressivsos.
Uma dose de crença para os incrédulos.
Uma dose de malandragem para os mais ingênuos.
Encha meu copo de felicidade.
Uma dose de sorrisos para os mais tristes.
Uma dose de atenção para os mais carentes.
Uma dose de nicotina para os viciados.
E rodando, eu vou.
De bar em bar.
Mais uma dose pra vida.
Para, assim, encontrar a morte.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Seja Bem Vindo

Avise a ela que eu estou chegando. Já me deram a passagem e estou pra chegar, mas a viagem é longa e talvez eu demore alguns meses para aparecer.
Fala pra todo mundo, comemorem. Alguns vão beber champagne, outros fumarão um charuto, alguns mais ousados farão os dois. As mulheres ficarão afobadas, falando sem parar sobre mim, sem ao menos eu ter chegado. Uma grande festa!
Avisa para ela que eu tô doido pra chegar, mesmo sabendo que onde estou é um lugar melhor, que aqui nada pode me causar mal e é seguro. Mas eu sinto uma necessidade tão grande de sentir sua pele, escorrer meus dedos pelo seu cabelo e segurar sua mão com ternura.
Ouvi-la dizer meu nome todas as noites e poder dormir como um anjo, sorrindo, sabendo que ela estará logo alí me observando. Ai, esses dias que não passam logo. Não vejo a hora!
Avise a minha amada. E diz que assim que eu chegar eu quero colo, e que seja um dos bons. Acho que só ela poderá me dar.
Avise logo, estou entrando.
Avise a vida que eu estou chegando. E que pretendo ficar por muito tempo!

domingo, 14 de junho de 2009

12 de junho...

Um barulho de tranca me acordou lentamente naquela madrugada. Abri os olhos com dificuldade e olhei um quarto todo embaçado pela minha vista mal acostumada. Olhei no relógio do meu criado mudo e vi o ponteiro ultrapassar o doze, marcando então seis horas da manhã.
Do meu lado da cama, podia ver pela janela uma lua tímida e fraca, iluminando pouco a rua lá embaixo. Virei para o seu lado da cama e queria te acordar, só para perguntar se estava tudo bem e se você tinha acordado com aquele barulho estranho. Mas não tinha ninguém ao lado.
Estranhei logo no início, mas olhei para a porta do banheiro, na esperança de que você saísse de lá coçando os olhos, vestida na sua camisola de seda, naquele tom rosa bem claro que te deixava com cara de mais nova e meiga. Passaram alguns minutos e nada.
Me levantei atordoado e bati na porta do banheiro, que estava destrancada e abriu-se lentamente me mostrando uma sala de azuleijos brancos vazia. Olhei pela janela e vi que seu carro ainda estava alí, o que mostrava que nada urgente acontecera, ou nenhum produto de higiene pessoal lhe faltou durante a madrugada.
Desci as escadas chamando seu nome, com a voz rouca causada pelo despertar repentino. Nenhuma resposta. Andei até a cozinha e acendi a luz. A pia estava lavada, a louça guardada e a mesa limpa, assim como estava naquela noite antes de eu ir para a cama.
A sala estava silenciosa e deserta, assim como o banheiro e a lavanderia. Comecei a me preocupar e pensar o que havia feito de errado para um surto desses ter lhe ocorrido e você ter ido embora sem ao menos deixar um bilhete.
Um bilhete! Voltei para a cozinha correndo, mas nada de papel preso à porta da geladeira. Subi as escadas de dois em dois degraus e cheguei no quarto bufando. Abri seu armário e vi suas roupas todas nos cabides.
Sentei na cama e alí fiquei. Abri todas as janelas, abri minha gaveta e tirei um maço de cigarro. Acendi e pensei. Era final de semana, não acordávamos cedo assim. Por meses, nada aconteceu e nada fiz de errado. Pensei mais, fui mais a fundo. Nunca fui infiel, nunca deixei de contar qualquer coisa que acontecera na minha vida fora de casa.
Pensei mais e uma lágrima escorreu. Sentimento profundo da perda. Desilusão. A última esperança era seu celular. Liguei e vi que você o tinha deixado lá embaixo, na sala. Entrei em desespero.
Eis que a chave da porta de entrada é colocada na tranca e eu ouço a maçaneta girar. Corro lá embaixo e te vejo com sacolas na mão. Você então sorri, mas num tom meio que de decepção.
"Queria te fazer um café da manhã surpresa..." você disse.
Então eu sorri e corri para te beijar apaixonadamente.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Semear

Numa terra fértil e deserta, a semente foi plantada pelo fazendeiro sem muita esperança dela alí semear. O calor escaldante que vinha dos raios do sol fervente não davam chances da semente se dar por viva e todo vento que alí se dava era do sopro feito pelo homem que alí estava.
Dia a dia, o fazendeiro levava um regador cheio de água para preencher o espaço vazio da semente, aguçando sua sede pela vida. Com toda calma que o campo lhe trazia, caminhava horas com os pés descalços na grama até chegar no espaço que lhe trazia a paz.
Sentava no chão e observava a pá com o que cavara toda aquela terra remexida para plantar sua experiência. E por anos completava o mesmo ritual.
Certo dia, quando ele estava andando debaixo daquele sol caloroso, observou de longe que havia uma muda brotando em meio a terra. Num verde-escuro, a planta crescia com uma vivência única.
Alí nascia um homem...

domingo, 7 de junho de 2009

A Última Era

Os guerreiros da última Era eram em sete. Seis e mais um comandante que viviam solitários, vagando pelas terras perdidas da Terra de Ninguém, ajudando os desamparados e lutando bravamente contra os exércitos do mal.
O caçula do bando era um jovem rapaz que tinha um tutor braço direito que o acompanhava na sua jornada junto aos guerreiros. Com sua espada embainhada e mochila nas costas, andava sempre por último, observando todos que alí estavam.
O comandante era um homem bondoso, de aparência nada medonha. Subestimado em batalha, sempre ganhava uma boa briga na arte das duas espadas em mãos. Com movimentos velozes e friamente calculados, conseguia pensar rápido e criar toda uma estratégia de defesa ou ataque em apenas segundos.
O braço direito do comandante era um homem alto, forte e do rosto sem amigos. Vivia ao lado do comandante dando opiniões e o ajudando com qualquer problema que aparecesse. Em campo de batalha, nunca teve medo de correr para cima do oponente e sabia se defender sozinho. Era auto-suficiente.
Ao lado dos dois sempre andavam mais dois soldados. O primeiro tinha uma especialidade única em furtos ágeis. Com a metade do tamanho do braço direito do comandante, e com pernas tão rápidas quanto uma lebre, perambulava pelas cidades e vilarejos procurando por comidas e equipamentos fáceis de serem roubados.
O segundo não era humano. Um ser alto, dos cabelos longos e negros, da pele bem branca e os olhos bem verdes e orelhas pontudas. Sua voz era melódica e, além de falar a língua do seu povo, também falava a língua humana. Tinha pleno domínio na arte carismática e conseguia sempre tudo o que queria sem usar suas armas. O caçula do bando sempre o achou apaziguador demais para estar num grupo de justiceiros.
O último que andava na frente do caçula e seu tutor, era também um jovem rapaz, porém muito mais alto e muito mais forte do que ele. Usava uma armadura pesada e era três ou quatro vezes mais alto que o braço direito do comandante. Na mão direita, punhava uma espada longa de duas mãos, apenas com uma. No outro um grande escudo de metal.
Em um certo dia, os guerreiros decidiram acabar de vez com o mal das Terras de Ninguém e partiram em direção do castelo do Mais Mal Impossível travar uma longa batalha com ele e suas duas aliadas, as Bruxas Más do Inferno.
A batalha durou e perdurou por muitos e muitos dias. Os guerreiros estavam exaustos e o cansaço começou a vencê-los. O primeiro, e talvez o único que não poderia morrer, foi o comandante. Morto com uma apunhalada nas costas da Bruxa Má do Inferno Mór, caiu de joelhos na terra, quando o céu escureceu. As nuvens cobriram o azul em um tom cinza escuro e o grito do braço direito do comandante ecoou por toda Terra de Ninguém. O que não foi suficiente e nem serviu de incentivo, pois minutos depois o braço direito foi morto por um feitiço da Bruxa Má do Inferno Aprendiz.
Desacreditados das duas mortes e totalmente exaustos da batalha, os guerreiros viram-se, pouco a pouco, desistindo daquela guerra. O ágil e habilidoso guerreiro ladrão foi o seguinte e ainda quase escapou de ter a cabeça decaptada, porém não teve sorte e o destino não o deixou ser tão ágil assim.
Quatro dias se passaram e a batalha continuava travada nos campos do castelo de Mais Mal Impossível. Eram apenas quatro guerreiros contra um exército de mal caráters e porcos imbecis que lutavam por algo que nem sequer acreditavam!
O ser que não era humano e o tutor do caçula lutaram até o último instante que aguentaram e o guerreiro alto, muito alto, e forte morreu logo em seguida, deixando o caçula sozinho naquele deserto de podridão.
Sem destinos ou rumos, o caçula simplesmente usou das habilidades do seu querido amigo ladrino. Em meio de tanto soldados imundos, infiltrou-se no meio deles e adentrou no castelo, usando uma pequena capa preta e com os pés descalços. Por lá ficou...
Anos se passaram e o caçula ainda estava lá, sentia-se perdido e parecia ter tornado parte de toda aquela sujeira que sempre teve nojo e mal olhar. Todos os dias, ia até o cemitério onde os guerreiros foram enterrados e sentava de lápide em lápide para conversar sozinho com o vento que alí soprava.
Certo dia, quando tinha saído para o cemitério, encontrou uma jovem senhorita que por alí estava, sentada na beira de uma árvore, lendo um livro. O caçula sempre se admirou por livros e foi até àquela moçoila que não parecia nem um pouco ser uma cidadã do Mais Mal Impossível. Conversaram por horas e então ela se foi, deixando com ele um convite de acompanhá-la em sua nova jornada.
Aquela foi a última vez que caçula foi visto. O último guerreiro da última era, uma era que chegou ao fim. Um fim que só começou com uma vontade de se fazer somente o bem...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O salto

A vista daqui de cima é tão bonita e alegre. O vale lá embaixo é repleto de árvores e o mar é avistado na encosta, num azul claro que reflete o dourado da luz do sol.
Sentado no chão de pedras, fumo um cigarro para acalmar meus nervos. A claridade cega meus olhos e volto a colocar meus óculos escuros e continuo a avistar tudo aquilo que está lá embaixo. As pessoas no calçadão, os poucos carros que passam pela avenida na orla da praia, os pássaros que por ali em cima passam voando e algumas outras pessoas que por alí estão, tudo num clima harmônico e desenvolto numa sintonia única. Ouço alguém me chamar e me reluto para levantar.
O chão parece estar me puxando como se um imã estivesse preso às minhas pernas e o peso da gravidade parece estar muito maior do que o estudado no ensino médio. Apoio minhas mãos com força e me levanto, limpando minhas calças e respirando fundo.
Me aproximo do homem que está sorrindo, parecendo se divertir com meu anseio. Ele me dá algumas últimas instruções e eu começo a sentir meu coração pulsar rapidamente quando sinto minhas costas presas ao peito dele.
Fecho os olhos com força e respiro fundo três vezes. "Vai." falo em uma voz trêmula e sinto o vento bater lentamente contra meu rosto. Os passos começam a ter um intervalo menor de tempo entre eles e começo a sentir o começo do fim.
Tomo um impulso e salto. O coração para, o tempo voa.
Liberdade.