domingo, 14 de junho de 2009

12 de junho...

Um barulho de tranca me acordou lentamente naquela madrugada. Abri os olhos com dificuldade e olhei um quarto todo embaçado pela minha vista mal acostumada. Olhei no relógio do meu criado mudo e vi o ponteiro ultrapassar o doze, marcando então seis horas da manhã.
Do meu lado da cama, podia ver pela janela uma lua tímida e fraca, iluminando pouco a rua lá embaixo. Virei para o seu lado da cama e queria te acordar, só para perguntar se estava tudo bem e se você tinha acordado com aquele barulho estranho. Mas não tinha ninguém ao lado.
Estranhei logo no início, mas olhei para a porta do banheiro, na esperança de que você saísse de lá coçando os olhos, vestida na sua camisola de seda, naquele tom rosa bem claro que te deixava com cara de mais nova e meiga. Passaram alguns minutos e nada.
Me levantei atordoado e bati na porta do banheiro, que estava destrancada e abriu-se lentamente me mostrando uma sala de azuleijos brancos vazia. Olhei pela janela e vi que seu carro ainda estava alí, o que mostrava que nada urgente acontecera, ou nenhum produto de higiene pessoal lhe faltou durante a madrugada.
Desci as escadas chamando seu nome, com a voz rouca causada pelo despertar repentino. Nenhuma resposta. Andei até a cozinha e acendi a luz. A pia estava lavada, a louça guardada e a mesa limpa, assim como estava naquela noite antes de eu ir para a cama.
A sala estava silenciosa e deserta, assim como o banheiro e a lavanderia. Comecei a me preocupar e pensar o que havia feito de errado para um surto desses ter lhe ocorrido e você ter ido embora sem ao menos deixar um bilhete.
Um bilhete! Voltei para a cozinha correndo, mas nada de papel preso à porta da geladeira. Subi as escadas de dois em dois degraus e cheguei no quarto bufando. Abri seu armário e vi suas roupas todas nos cabides.
Sentei na cama e alí fiquei. Abri todas as janelas, abri minha gaveta e tirei um maço de cigarro. Acendi e pensei. Era final de semana, não acordávamos cedo assim. Por meses, nada aconteceu e nada fiz de errado. Pensei mais, fui mais a fundo. Nunca fui infiel, nunca deixei de contar qualquer coisa que acontecera na minha vida fora de casa.
Pensei mais e uma lágrima escorreu. Sentimento profundo da perda. Desilusão. A última esperança era seu celular. Liguei e vi que você o tinha deixado lá embaixo, na sala. Entrei em desespero.
Eis que a chave da porta de entrada é colocada na tranca e eu ouço a maçaneta girar. Corro lá embaixo e te vejo com sacolas na mão. Você então sorri, mas num tom meio que de decepção.
"Queria te fazer um café da manhã surpresa..." você disse.
Então eu sorri e corri para te beijar apaixonadamente.

2 comentários:

Amanda disse...

ah klein, que lindo mano *-*
não esperava por isso
que final mara *_____________*

Paula disse...

Lálálálálá
Mutcho bom.. por um momento achei que voce tinha ficado abandonado...ia socar essa vagabunda!
love you
bjbj