segunda-feira, 1 de junho de 2009

O salto

A vista daqui de cima é tão bonita e alegre. O vale lá embaixo é repleto de árvores e o mar é avistado na encosta, num azul claro que reflete o dourado da luz do sol.
Sentado no chão de pedras, fumo um cigarro para acalmar meus nervos. A claridade cega meus olhos e volto a colocar meus óculos escuros e continuo a avistar tudo aquilo que está lá embaixo. As pessoas no calçadão, os poucos carros que passam pela avenida na orla da praia, os pássaros que por ali em cima passam voando e algumas outras pessoas que por alí estão, tudo num clima harmônico e desenvolto numa sintonia única. Ouço alguém me chamar e me reluto para levantar.
O chão parece estar me puxando como se um imã estivesse preso às minhas pernas e o peso da gravidade parece estar muito maior do que o estudado no ensino médio. Apoio minhas mãos com força e me levanto, limpando minhas calças e respirando fundo.
Me aproximo do homem que está sorrindo, parecendo se divertir com meu anseio. Ele me dá algumas últimas instruções e eu começo a sentir meu coração pulsar rapidamente quando sinto minhas costas presas ao peito dele.
Fecho os olhos com força e respiro fundo três vezes. "Vai." falo em uma voz trêmula e sinto o vento bater lentamente contra meu rosto. Os passos começam a ter um intervalo menor de tempo entre eles e começo a sentir o começo do fim.
Tomo um impulso e salto. O coração para, o tempo voa.
Liberdade.

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