quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Flashback

É estranha aquela sensação de que você está ficando mais velho. Na verdade, você não está mais velho a partir do dia em que você completa x anos de vida. Nós só envelhecemos se permitirmos isso. E o que são vinte anos? Nada mais do que um ano após seus dezenove.
São só duas décadas, iniciadas na queda do Muro de Berlim e terminadas na época da Gripe Suína. Em vinte anos, eu vi muita coisa, mas não vi metade do que as de quarenta viram. Não vi metade também do que algumas de dez andam vendo por aí.
Eu já fui bem mais de curtir e celebrar essa data que dizem ser comemorativa, mas hoje não mais. O que vier é lucro, sabe? Talvez completar vinte anos seja algo como uma época meio que deprê, não sei... talvez alguém que já tenha feito vinte anos possa me explicar.
Só sei que foram belos vinte anos.
Eu pude conhecer e ser bem apegado à minha família. Pude escolher estudar no período da tarde e conhecer pessoas maravilhosas, que me fizeram sofrer quando eu completei os meus, já não sei, onze anos? Talvez menos...
Pude fazer um amigo mineiro que voltou para Minas, pude ter minha febre Harry Potter que me fez conhecer um lugar mágico que hoje eu chamo de grandes amigos, mas já foi conhecido por mim e por muitos como acampamento. Pude chorar verdadeiramente, e desesperadamente, diga-se de passagem, quando os deixei naquela tarde de janeiro, em frente ao posto da polícia militar, pertinho alí do Parque do Ibirapuera. Me lembro como se fosse ontem, mas já fazem oito anos...
Não tive a liberdade de escolher o período da manhã e isso me entristeceu, mas hoje eu agradeço e dou risada de lembrar de muitos momentos que passei com aquelas pessoas. Pessoas essas que talvez não tenham sido verdadeiras amigas - afinal, não tenho contato direto com nenhuma - mas fizeram do meu ensino médio, o colegial, uma coisa inesquecível.
Sem contar que foi graças ao período matutino que eu conheci o primeiro amor verdadeiro. A primeira namorada a gente não esquece, jamais. Foi bom e foi ruim, foi desesperador terminar e bateu alguns momentos de remorso quando voltamos, mas o um ano e sete meses (e dois dias) que ficamos juntos valeu muito a pena.
Eu também entrei na faculdade, conheci pessoas novas, entrei no mundo das drogas e tive medo de ficar preso à ele, mas não fiquei - e hoje eu sei que posso viver sem a sua fumaça. Me diverti do jeito que julgava certo, eu ri das coisas mais bobas, nunca chorei na frente de ninguém. Fui atrás do meu emprego dos sonhos.
E não faz nem um ano que eu encontrei um que, querendo ou não, mudou bastante a minha vida, me fazendo ser o que sou hoje. Uma agência aí que nunca ouvi falar antes, mas que me tornou e está me tornando num ótimo profissional. Foi graças à ela que conheci muita gente que são meus amigos.
E aqui eu quero abrir um parênteses: eu sempre fui muito amigo e querido por todos, mas nunca semeei muito essas amizades. Se durasse alguns meses, seria ótimo. Se durassem semanas, era o suficiente.
E desss amigos que conheci, pude fortalecer fortes laços até na faculdade. Me tornei responsável, me tornei referência. Pude trocar palavras com aquela que eu achei que poderia ser o amor da minha vida. E quer saber? Até hoje eu não sei se ela é ou não... mas eu não quero saber, na verdade eu tenho receio de descobrir.
Pois é, vinte anos... e tem gente por aí que diz que somos jovens. Mas somos jovens que vivem como adultos, ou somos adultos que ainda querem ser jovens? Somos pensadores, somos o hoje que pode mudar o amanhã.
Não sei se são todos, mas eu sei que sou alguém que pensa demais. E de tanto pensar na pergunta acima, pude notar que tenho uma lista de respostas para aquela pergunta alí em cima. Mas a mais coerente é transcrita em uma única palavra: vinte.
E isso é só a ponta do cataclisma...

Um comentário:

Fagaraz disse...

voce nao ia sossegar enquanto nao colocasse "ponta do cataclisma" no seu blog, ne?
bjs