domingo, 15 de agosto de 2010

Outro jeito

Resolvi limpar o meu baú antigo quando encontrei a sua foto. Por que eu ainda a guardava? Não sei...
É sempre um parto te olhar e não lembrar de lembrar de toda nossa curta e intensa história. Uma pena vasculhar o baú procurando a nossa foto em vão, mas tudo caminhou para o que já era fadado.
Mas ao olhar aqueles olhos, não tive como não sorrir. Você estava linda assim como é hoje, esboçando felicidade com as pálpebras se fechando. Um filme, curta metragem, passou pela minha cabeça.
O primeiro contato, as primeiras palavras. A primeira troca de sorrisos. O segundo dia, as conversas e os conhecimentos, as decepções com os defeitos superadas pelas alegrias das qualidades.
A gente ainda não sabia que não teria outro jeito...
O crescimento. As conversas que duravam tardes de trabalho, a noite ansiosa pelo próximo dia, a espera pelo fim de semana para tomar um café e conversar olhando nos olhos, sonhando e planejando um futuro não tão distante.
As surpresas pela descoberta da química perfeita. O conhecer a família, acolher os problemas pessoais, presentear-lhe com palavras dóceis e confortáveis. Ah, como era tão bom viver ao seu lado.
A gente sabia que não teria outro jeito...
Mas insistimos. Nos encontramos mais, conversamos mais e sabíamos que uma hora um de nós teria que acabar. Você foi a escolhida.
Naquela tarde, depois do trabalho, você não respondeu a minha mensagem de texto. Esperei o resto da noite, sonhando em você estar apenas trabalhando até tarde. Publicitários...
Mas você bateu o martelo, e não respondeu. Você acabou e escolheu o nosso bem. E há quem diga que você desistiu. A gente teria um outro jeito, mas optamos por não apostar com uma porcentagem mínima de sofrimento. Mas eu esperava ainda assim uma tentativa...
E hoje olhando a sua foto sei que eu não te conheço.
E, sim, haveria outro jeito.

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