segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O ritmo da chuva

As gotas de água que caem e batem na janela ditam o ritmo da noite.
Tortuosa e efervescente. Vez e outra avisam com fervor que estão ali, e que ali ficarão até o sol chegar e dar um fim em toda a festa.
Quando quer assustar, ela se faz aparecer com seus berros estrondosos depois da grande luz. "Estou aqui!", grita.
Mas o ritmo agrada e faz movimentar os pés do ouvido, as mãos do coração, os olhos do lábio. Ela ensina que temer é também para os fortes. Afinal, ela racha montanhas, deforma as rochas e transforma mundos.
Ela leva o que não quer e traz o que eles que não querem. A desilusão, um pesadelo e o começo de um fim. O fim por si só.
Mas no bater da minha janela, ela vai criando a harmonia.
O ritmo "tinlim tim tim", "tinlim chuá". É o ritmo da chuva.
E eu vou dançar conforme as gotas que caem na pista em que vivemos.

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