quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Não quero mais

Não precisei nem acordar para saber que não queria mais.
Você estava lá, sentada no nada, flutuando sobre o vasto descampado.
Me deu a mão e me puxou. Voamos.
E, então, não quis mais.
Ao abrir meus olhos recebi um bom dia dos seus.
Sorridentes e carinhosos.
Me encaravam com vivacidade, como se eu estivesse acordando de um coma profundo.
Mas era só ontem quando nos deitamos sob a illuminação perfeita e planejamos o hoje.
Nossa história tão escrita e adivinhada.
Escorrida da cabeça aos pés.
Como a água do banho que nos aprontou para mais um dia.
E a cada gota que pingava de nossos cabelos, um novo sonho.
Não quero mais. Tudo é tão bom.
As nossas conversas em silêncio durante o café da manhã.
Discussões efêmeras sobre a carne do almoço.
Um cigarro e muitas risadas divididos na mesa do bar.
E fica ainda melhor quando nossas mãos se encontram.
E caminhamos lado a lado por toda essa pedaço de terra que um dia vai nos pertencer.
Tudo é tão bom, mas eu quero mais.
Só não quero mais ter que me deitar sem ter você me acordando amanhã.

Nenhum comentário: