segunda-feira, 25 de abril de 2011

Só se for...

Sua cabeça gira e você perde o sono. A náusea chega e avisa "eu vou ficar". Você se senta na varanda da sua casa e prefere apagar a luz. Pra pensar.
Pra não pensar.
Mas a lembrança vem, você fecha os olhos e as mãos, respira fundo e a amarga saliva desce pela sua garganta.
O sabor da angústia.
O aperto no coração faz o sangue fervilhar e você consegue pintar nesse quadro negro que insiste em chamar de pensamento a visualização da crueldade.
E mais uma vez a saliva escorre pela sua garganta, dessa vez doce.
O sabor da vingança.
A coisa é ruim e você quer que ela vá embora. Mas ao mesmo tempo cerra os dentes na tentativa, muitas vezes positiva, dela continuar dentro de você.
Até que você finalmente suspira e chora. E, como num pesadelo, você pega o controle remoto para desligar brutalmente aquela cena de filme de terror. Mas ainda insiste em lamber os lábios para que nunca se esqueça daquele gostinho.
É. Sofrer de ódio é terrível.
Por isso eu prefiro sofrer de amor.

Nota: Agradecimento especial pela frase perdida que gerou o post: Yuri Braga

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