segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sem Ficção Por Hoje

As vezes me pergunto se Deus é realmente fiel e justo à Suas decisões. Com tantas catástrofes e desesperos rodeando o mundo, nos cercando num meio de desilusões e tristezas que acho que a maior vontade Dele é nos ver em lágrimas. A tal psicologia que diz "bater em seus filhos para que eles aprendam o certo". Pra mim isso é errado e talvez possa me arrepender de estar julgando decisões divinas, mas se Ele for tão bondoso como dizem, ele vai entender o meu sentimento de desprezo e decepção e irá me perdoar.
Ele era um homem como qualquer outro. Forte e alto, bem saudável e esportista. Com mais de dois metros de altura e cem kilos bem distribuídos, ele era sempre um ponto de referência no meio da multidão. "Está vendo aquele cara alí, aquele altão com um sorriso estampado, uma cara de simpático".
Um homem de característica bem viril, porem dócil como uma flor. A aparência de quem dominava sempre a situação, não deixando-a submeter à liderança. Ele tinha todo o controle e, acima de tudo, ele era feliz.
Casado com sua princesinha, toda a imagem máscula que tinha nas ruas, no trabalho e em qualquer outro ambiente externo era praticamente anulado da porta de casa pra dentro. A tratava com carinho, sorria toda manhã ao acordar do lado dela. Estavam sempre juntos em todos os lugares. Eram um casal que acima de tudo se respeitavam e se completavam.
Mas Deus prega peças e nossa vida muda. Hoje o homem que parecia tão forte chora no ombro da sogra. A muralha sucumbiu. Não sabe o que se passa na cabeça das outras pessoas, mas pouco se importa. Ele chora a perda de algo que ele chegou a acreditar que seria pra sempre, que jamais perderia.
Hoje ele chora o amor que foi-se embora, mas mal sabe ele que o amor sempre vai ficar alí. O amor, diferente do que muitos pensam, é um sentimento involuntário. Não se precisa de um coração ou de um cérebro para se amar. Basta ele sentir e lembrar de que a pessoa amada correspondia tudo que ele sentia.
Mas as lágrimas secavam seus pensamentos, o desespero cegava seu cérebro e sua ira contra Deus bloqueava sua sanidade. Ele perdera a mulher da sua vida, ela virou uma estrela. Descanse em paz, Michelle Servais.

Um comentário:

Mariana. disse...

e aí eu fico pensando se,um dia saberemos as repostas pra essas dúvidas que surgem ao longo da vida...vai entender,né?