quarta-feira, 13 de outubro de 2010

All in (II)

Me sento à mesa. Whisky, por favor. On the rocks, porque a noite vai ser longa - mas não precisa exagerar nas pedras de gelo. Suficiente é o suficiente, sem exageros e afobações. Um gole por vez, pra não perder o foco.
Saudações aos desconhecidos. Talvez grandes amigos, novos amores ou apenas adversários. O blefe é tão flerte, os sorrisos enganam e a preocupação é duvidosa. Brindo à noite e um sorriso amarelo, mas não menos verdadeiro do que a senhorita alí de preto.
Um par de cartas, por favor. Um olhar seco penetra em todos os desesperados pela vitória. O primeiro mente e o segundo acredita. Na próxima rodada eles trocarão de papéis e continuarão nessa gangorra de parque temático adulto que é a vida. Vezes se está por cima, vezes se está por baixo, procurando no céu o infinito de resposta.
Cartas na mesa. "Let the game begin" e não deixemos as apostas tomarem nossa consciência. Cada ficha é um enigma, e como dói não conseguir ler o que está escrito quando eles jogam sério nas entrelinhas.
O segundo copo e a quarta carta. A risada amistosa mostra que a cadeira do adversário já virou o seu divã. Mas ele estaria blefando? A quinta carta, ainda pra baixo, amarga minha ansiedade da verdade.
Eu entrei no jogo foi pra ganhar, mas não aposto todas as minhas fichas de que isso aconteça assim tão fácil.

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