domingo, 17 de outubro de 2010

A Baiana

A Baiana me chamou para um almoço. Com dendê no vatapá, acompanhando cururu, batida de coco e samba em sua cozinha simplória.
Uma mão na cintura e um pano branco na cabeça. Os "oxi" arretados eram frequentes quando errava na medida e, vez e outra, um olhar materno por trás do ombro me encarava na mesa, enquanto bebericava no copinho.
Alí fiquei horas, observando a saia rodada balançando para cá e para lá, acompanhando o choro do cavaquinho. Não tinha como não sorrir com a calma e felicidade daquela Baiana. Sua mão no meu ombro demonstrava um carinho quase que celestial e sua voz carregava conselhos e sabedorias milenares.
Naquela tarde se fez noite, ao pé do forno quente, suando e desejando água para afagar a minha seda. A Baiana não cansava de ensinar e nem percebi quando a lua deu lugar ao sol e já era almoço de novo.
Ah. Como eu sou apaixonado por essa Bahia.

Um comentário:

BiaB disse...

Salve a Bahia! salve Ana Baiana!