terça-feira, 27 de outubro de 2009

27/10/2009 - 02:31

Acabo de ver um filme que talvez tenha sido a obra que chegou mais próximo de entender o que é o amor. É engraçado e chega a parecer surreal como nos privamos da eterna felicidade, de encontrarmo-nos com o amor próprio - o caminho para uma vida perfeita - simplesmente para seguir moldes pré-estabelecidos em uma sociedade.
O meu propósito aqui não é, jamais, criar um discurso moralista e que chega a ser um clichê chato do jovem contra a sociedade. A única coisa que gostaria de dizer é que, talvez, em uma sociedade mais liberal, o homem poderia encontrar o verdadeiro amor.
Veja bem. Existem dois tipos de casais muito destintos. Ambos se amam de paixão, porém só o primeiro consegue manter por dois anos e mais em um sentimento de paixão extrema e diária. O segundo, entretanto, está tão apaixonado quanto o primeiro, mas não é tão tardia a morte dessa paixão que faz do amor algo tão vivo.
No filme, um trecho me chamou muito a atenção: "É engraçado... nós fomos e não fomos feitos um para o outro. É uma contradição. Para entender, é preciso um poeta [...] Porque eu não entendo." Essa frase me despertou tão profundos pensamentos...
Não sei se todos pensam como eu (óbvio que não), mas Almas Gêmeas não estão predestinadas a se casar. Para mim, são pessoas - do mesmo sexo ou não - que combinam muito, mesmo não tendo nada em comum. Elas se completam de alguma forma, como a harmonia perfeita de uma música, o sentimento transcrito com sinceridade na poesia ou até mesmo a velha história da cara metade. Se essas pessoas tiverem a chance de se encontrar, se amarão para sempre e terão uma ligação que viverá além das capacidades humanas.
E não acho mesmo que todo mundo tem o privilégio de encontrar sua alma gêmea. A grande parte dos casais apaixonados e sorridentes que encontramos mundo afora é simplesmente o resultado da busca pela resposta para o amor que o homem começou faz muito tempo atrás: a ilusão.
Nós, ao longo do tempo, cansamos de entender esse sentimento tão benéfico e estridente e aderimos à técnica ilusória de criar e acreditar. Felizmente, ou não, somos capazes de criar o amor. Mas garanto que a cada dez casais - apaixonados ou não - apenas um realmente se ama. Ou não.
Cada um vê e entende o amor à sua maneira e talvez seja essa quase singularidade que nos faz tão únicos e destintos na hora de amar. Acabo de ver um filme e escrever. Agora me dei conta: ninguém, nunca, jamais irá compreender esse derradeiro e maravilhoso sentimento.

Com amor,
Thiago Klein

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