quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Nem sempre tem que ser

Uma pintura.
Um pincel molhado toca a tela seca e desliza a tinta branco abaixo. Nessa pincelada única, e nas demais, o artista quis passar uma mensagem óbvia, porém complexa. Todos que passaram pela sua galeria naquela tarde, depois do quadro pronto, entendiam o que viam e o que Pierre, o artista, queria falar com ela.
Um outro instrumento de semelhança, em um movimento sagaz, desenhava a última abstração que lhe ocorria em mente, a imagem do que não lhe era verdade para os olhos, mas sim para o coração. Naquela tarde, muitos pararam para admirar o quadro de Marli, exposto num evento. Algumas pessoas não entendiam nada, mas sabia que ela queria passar alguma mensagem.
Do terceiro, mais alto e denegrado. Pôs-se a luz da primaveira e da arte fez-se a matéria da sua paixão. Misturou em tons pastéis o que lhe aguçava o paladar traiçoeiro e então colocou-se a pintar. O quadro na parede do quarto de Dênis não tinha nenhum significado e todo mundo o sabia. Mas ainda assim era uma obra-prima.
Nem tudo escrito e feito nessa vida tem que ter um significado para todos.

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