quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Apresentação dos Fatos Humanos - parte I

Dou-lhe a rasteira enquanto você pula a corda.
Falo que te amo olhando nos teus olhos, mas te odeio na pele.
Aponto o dedo pra você falando mal de outrem
E ainda peço um abraço pra apunhalar tuas costas.
Aponto a arma quando você vira,
Mas faço questão de lhe chamar quando atirar.
Não meço palavras, escondo elogios.
Eu gosto mesmo é de causar polêmica.
Eu sou o caos, a confusão,
Sou também um covarde.
Que não dá a cara pra bater,
Que só sabe falar ao telefone.
Sou o espelho que não dá bom dia de manhã.
Sou o reflexo que te mede da cabeça aos pés.
Sou a noção do perigo humano.
Sou crueldade.
Carrego a ira da mentira, nos meus olhos só há ódio.
Escrevo nas entrelinhas o que falo
E assisto à desordem na minha poltrona confortável.
Sinto prazer em criar o que não existe,
De moer o café e marcar uma crise.
Eu entro na vida dos outros com um único objetivo:
Causar tristeza e rancor.
Eu não conto os segundos do tombo.
Eu não ando em linha reta.
Durmo de dia e perturbo seu sono.
Um prazer. Me chame de indireta.

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