segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Meu filme

Fui amaldiçoado sem saber.
Me escalaram para o mesmo enredo de diversos títulos diferentes. O elenco muda, meu personagem não. E é sempre a mesma história, e é sempre a mesma trama e o drama é sempre criado na minha cabeça.
Assisto à cena sem saber para onde ir, repetindo as mesmas falas, esquecendo das minhas promessas, sentindo o nó na garganta, a angústia no peito e a cabeça em fastfoward.
Dessa vez não foi diferente e estreei a minha mais nova novela. A mocinha continua linda, o protagonista nunca sou eu, ainda que pense que dessa vez o diretor tenha tido a caridade de me dar o papel que tanto mereço. Mais uma vez, mais uma ilusão.
E procuro o controle remoto ao desespero da trilha sonora mais escutada em toda a minha vida: os batimentos cardíacos, acelerados em minha têmpora. As vezes até o encontro a tempo de parar, mas a pilha acaba e na verdade eu sempre confundo o quadrado com os dois traços verticais do pause.
Tudo que eu queria era aprender a dar review em toda essa história e recomeçar a filmagem a partir no minuto em que eu começo a errar.

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