segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Viagem

Da janela do trêm, eu vejo a paisagem mudar rapidamente.
Ao lado direito, vejo árvores solitárias fazendo sombra para algumas pequenas ovelhas de lã bem branca que chegava a refletir o sol escaldante em algumas que ignoravam aquela dádiva de sombra.
O campo vasto alimenta alguns dos bois e duas vacas manchadas de marrom e branco. Ruminam, olhando para o chão, com a tranquilidade de quem não espera nada nem ninguém. Algumas, mais ousadas, experimentam olhar o horizonte, fitando nos olhos os passageiros mais curiosos que não estão dormindo ou lendo algum livro.
Uma cerca de madeira foi pintada de vermelho, criando um destaque no meio daquela paisagem natural. Fora fixada para dividir e impedir de que os animais que alí estavam fossem até o pequeno lago.
Na beira do mesmo, podia ver um rapaz sem camisa, sentado com os dedos mergulhados. Com semblante tranquilo, olhava o céu por debaixo da aba do seu chapéu.
Da janela do trêm, eu vejo aquela paisagem mudar rapidamente.
Do vasto campo quase vazio, plantaram grandes pés de café, milho e até algodão, eu pude ver mais distante.
Aquelas bolinhas vermelhas misturavam-se com o amarelo ouro e verde claro do milho, fazendo daquela vista uma obra de arte natural. Mulheres com grandes cestas eram notadas entre um pé e outro, colhendo os frutos maduros com serenidade. Podia jurar que elas cantavam alguma cantiga aprendida há muitos anos atrás, talvez pelas suas avós.
Apesar de todo aquele sol, não havia uma que parecia estar mau humorada ou cansada.
Da janela do trêm, vejo o campo urbanizar.
E a natureza ficou pra trás, dando espaço para as casas, rios fedorentos, carros e prédios comerciais.

Tudo isso em pouco mais de uma hora.

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