terça-feira, 11 de novembro de 2008

S03E02

"Marcos não confiava em ninguém, só nele mesmo. Renato era seu irmão, seu melhor amigo, mas ainda precisava amadurecer um pouco, por isso não confiava nele em cem por cento. Anahí, sua cunhada, a quem ele considerava uma grande amiga, não passava de mais uma mentirosa. Marcos estava puto.
Era bem cedo, numa terça-feira, que ele levantou-se da cama e foi para a rua. O sol nem havia nascido, os pássaros começavam a cantar e as ruas ainda estavam desertas, pouco a pouco sendo preenchidas pelos carros e seus faróis cegantes. O frio era absurdamente maltratante, em um inverno fora de época, em pleno outono.
Com seu cachecol e sua jaqueta, Marcos andava pela rua com pressa, sem saber ao certo onde ia e com quem falaria. Acendeu um cigarro e continuou a caminhada, pensando em muitas coisas, mas principalmente em sua cunhada.
A história dos dois era praticamente um filme dramático de adolescentes. Quando Marcos conheceu sua atual cunhada, ele teve uma pequena "quedinha" por ela, achou-a muito bonita, simpática e tentou um romance, porém a menina era o tipo de garota durona, daquelas que não amavam amar e tinham pavor da palavra romance. Marcos prometeu à ele e à si mesmo que mudaria esse jeito dela, que a faria mudar os pensamentos e que a faria se apaixonar. A idéia, até então, era ela se apaixonar por ele, mas o jogo virou e as cartas foram para na mão de Renato.
Certo dia, Marcos apresentou o irmão à amiga e eles acabaram se apaixonando e se tornaram um casal. Mas naquele momento, Marcos já estava com todos os seus pensamentos em Stela, e não se importou e até ficou feliz com a união dos dois, se tornou um grande amigo de Anahí, que um dia disse que confiaria até a vida no cunhado. Mas era mentira.
Enquanto ele confiava tudo à ela e contava tudo, ela omitia as coisas mais simples para ele, e isso o chateava. Ele não aceitava uma amizade assim, se é que ele poderia chamar aquilo de amizade.
Continuou andando até chegar em uma casa, tocou a campanhia e uma menina abriu a porta, sorridente e o abraçou. Ele retribuiu com um forte abraço, ainda na calçada, e a chuva começou a cair em sincronia com o nascer do sol."

Um comentário:

Adriana disse...

Interessaaaaaaante.
Vamos ver o que mais vem por aí (: