domingo, 16 de novembro de 2008

S03E03

"Uma pequena praça circular, com a grama bem verde, estava posta na avenida. Um caminho cruzava os lados dela, formando uma cruz equilatera. Não havia árvores, mas alguns arbustos decoravam o local.
Alguns bancos de madeira, sem encosto, foram colocados na grama e algumas crianças jogavam bola, em uma alegria tremenda naquela noite quente. Ao olhar para frente podia-se ver a praia. A areia escurecida e as ondas do mar quebrando, fazendo um barulho calmo e sereno.
Marcos sentava exatamente no banco que dava de frente para o mar. Com o olhar fixo no mar, fumava seu cigarro na companhia, meio distante de Renato, Anahí, Roberta e Fabi. Se concentrava no mar pois estava puto e não queria ouvir ou falar com Roberta, que falava frenéticamente sobre os mil e um homens de sua vida, e ele não estava incluso na lista.
- Que foi, hein? - perguntou Anahí se aproximando mais do cunhado.
Marcos sorriu e apenas abraçou-a com um braço, passando-o por detrás dos ombros da menina. Eles haviam feito as pazes algumas semanas antes, afinal, ela era sua cunhada e ele sabia os motivos que ela tinha para não dizer algumas coisas.
- Não é nada, Mi. - Mi era o apelido que ele tinha dado para a menina, pois ele sempre a chamou de "MInha vida", e o apelido acabou pegando. - Só estou meio bodiado hoje, poderíamos fazer algo, né? Ficar aqui ouvindo ela falar me enche a paciência.
- Você ainda gosta dela? - perguntou inocentemente.
Marcos apenas a fitou os olhos. A resposta era óbvia. Não gostava mais de Roberta, sentia um certo repúdio da parte dela, que da mesma maneira rápida que o adorou, o rejeitou. Mas era Marcos e ele não sentia rancor de ninguém, mas não aguentava mais ficar alí, era apenas isso.
Decidiu se levantar e foi andando para a praia. Anahí o acompanhou, correndo atrás dele, gritando para ele a esperar. Roberta fez um comentário desnecessário para Renato, que nem ligou e nem sentiu ciúmes dos dois saírem juntos.
- O que você tem, menino?
- Nada... De verdade! - completou o menino ao ver os olhares irritados da cunhada. - Estou me sentindo sozinho, mesmo que esteja feliz assim e não queira compromisso com ninguém. Estou sentindo falta de alguém me adorar, andar de mão dada comigo, dormir comigo e me fazer cafuné, sabe?
Anahí sorriu e balançou a cabeça. Estavam parados na beira do mar, com a água batendo na canela dos dois, então a menina abraçou carinhosamente o cunhado, bem forte e com sinceridade. Soltou-o alguns segundos depois e então segurou a mão dele, com a outra o fez cafuné e disse:
- Eu te adoro, senhor Marcos. Agradeço muito por ter te conhecido e por você fazer parte da minha vida. Muita coisa do que tenho agora é culpa sua! O Renato, minha estadia no Brasil, minha felicidade todas as manhãs! Só não durmirei com você porque ficaria muito chato, né?
Os dois riram e Marcos ficou muito feliz com a cena que se passou alí na beira-mar. Jamais esperaria algo assim de Anahí, e ficou contente que, apesar da briga infantil dos dois, eles superaram e estavam alí, aproveitando o momento. Marcos sorriu para a cunhada e a abraçou:
- Muito obrigado, cunhas. Por tudo, por você sempre me fazer feliz. Sempre.
Os dois ficaram alí mais alguns minutos, conversaram sobre diversas coisas bizarras, como o mar, as estrelas, as pegadas gigantes na areia fofa, alegaram ser de um Deus do mar. Depois resolveram voltar, Marcos já melhor comprou uma garrafa de vodka e duas de refrigerante. Misturaram tudo e ficaram alí, os cinco, bebendo e conversando a noite inteira.
E ora ou outra, Marcos olhava para Anahí e dizia silábicamente: muito obrigado!"

2 comentários:

Anônimo disse...

que linda a cena do mar!

Adriana disse...

Ah, que lindo.
Quero mais Thi (: