quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Rodrigo

O sol ainda se escondia atrás de uma lua que já não era mais visível no céu. Com o horário de verão, o sol só dava as caras lá pelas seis e meia, e como ainda faltava cinqüenta minutos, o céu estava escuro como uma bela noite de primavera.
O menino já estava de pé, com uma toalha presa na cintura e os cabelos pingando, qualquer um que visse saberia que tinha acabado de sair do banho. Estava parado em frente ao espelho, alinhando sua barba, olhando, com seus olhos "verdes-bem-escuros", fixamente para ela, como um artista plástico analisando sua obra prima. Após alguns minutos para não cortar quase nada, o rapaz deu meia volta e seguiu para seu quarto, onde também dormia o seu irmão, numa cama posta ao lado oposto da sua.
Sentou-se na frente do seu computador, ainda nú apenas com a toalha e abriu em seu photoshop um arquivo "bic_revista1pag" e começou a trabalhar o brilho e o contraste da imagem, mostrando que não era apenas com sua barba que gostava de fazer um trabalho perfeccionista.
Rodrigo era ainda um menino. Tinha 21 anos, bem vividos aos olhos dele. Estava no seu segundo ano da faculdade de publicidade e já era assistente de arte de uma grande agência. Sua ida para esta foi graças ao olhar crítico e, muitas vezes, fora da margem, que o fazia ter um senso de beleza e estética fora do padrão.
Após terminar o trabalho, salvou-o em seu pen drive e seguiu para o armário, onde pegou uma camisa xadrez que era curto até para um menino de 16 anos, vestiu-a por cima de uma camiseta branca e colocou suas calças jeans. No pé um allstar preto, limpo.
Morava em um apartamento, na Brigadeiro Luiz Antônio, de dois quartos, grande, com o irmão Marcelo e mais um amigo. Juntos, mais um menino da sala de Rodrigo, formavam uma banda que tocava um rock mais bem elaborado.
Rodrigo era um cara, como diziam os amigos, "boa pinta". Seus cabelos eram bem pretos e bagunçados, notando que se ele deixasse crescer mais um pouco, eles se cachevam nas pontas. Sua barba era bem cuidada e não deixava seu rosto de forma suja.
Saiu de sua casa e seguiu para a Paulista. Eram oito e meia e estava indo trabalhar.

Um comentário:

Adriana disse...

Hmm...
Uma nova história?