terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Samanta

O quarto está escuro. A única luz vem do celular tremendo. Seis horas, o despertador toca e a menina, ainda muito sonolenta, abre e fecha o flip do celular para o barulho cessar. Se levanta calmamente e liga seu rádio e coloca um cd gravado da Janis Joplin para tocar.
A menina abre a janela do quarto deixando a luz do sol nascente entrar e começa a recolher a roupa jogada no chão, pega o cinzeiro que está no canto do quarto e o coloca na escrivaninha. Acende um cigarro e abre seu armário, onde fica horas escolhendo a roupa que vai usar.
Sua franja, para o lado, estava toda bagunçada. Os cabelos longos e negros caíam até a cintura, causando um contraste com sua pele branca. Por fim, escolheu a roupa e tomou um bom banho, ainda ao som de Janis no rádio.
Allstar branco no pé, uma calça jeans grudada nas canelas e uma blusinha preta com um decote sútil. O cabelo estava arrumado e a sua franja estava jogada para o lado, presa com a ajuda de uma faixa. Nas orelhas um par de brincos prateados em grandes argolas.
Samanta tinha apenas 19 anos e fazia faculdade de jornalismo numa faculdade de renome em São Paulo. Morava próximo à Avenida Paulista e trabalhava na assessoria de imprensa de uma grande agência de publicidade, seu destino naquela manhã.
Ao sair do seu prédio, colocou seus óculos escuros, pois o sol a incomodava muito, ainda mais nas circunstâncias em que ela acordou. No dia anterior, quarta, tinha saído com alguns amigos da faculdade e do trabalho, foram para um bar e por lá ficaram quase a noite toda. Só voltou para casa quando se deu conta, após muita bebedeira, que trabalharia no dia seguinte. Sorte a dela que seus pais moravam no interior e dividia o apartamento com uma outra amiga que também estava no bar.
Sammy, como era chamada pelos amigos, era solteira e vivia bem do jeito que estava. Escondia muito, através de seus belos olhos azuis, seu lado romântico e sensível. Todos à achavam forte o suficiente para aguentar qualquer empecilho, mas apenas ela sabia que não era bem assim que a vida funcionava.
Entrou no ônibus e colocou seu fone de ouvido e começou a escutar The Strokes. Fechou os olhos e adormeceu.

4 comentários:

Anônimo disse...

Gostei...

Que legal , ela tem olhos azuis
hshaushuahusasa
é sua versão feminina?
zueraa

=*

Gabriela disse...

e o que será que Samanta sonhava?

foda, como sempre.
beijo.

Anônimo disse...

Muito voce versão menina.
Mais uma vez, texto otimo!
bjbj
Paula

Adriana disse...

Já pensou em escrever um livro?