terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Respostas

Sentado numa poltrona suja e corroída, espero. A sala iluminada está vazia, porém cheia de lixo e papéis no chão. Outro sofá está ao lado, sem assento e sujo com pegadas de sapato e tênis. Olho para ele com mais desprezo do que olhei para o qual estou sentado. Espero.
A parede da frente é pintada com apenas uma mão de tinta branca, ainda enxergo o que há por trás dela. Frases, figuras e demsenhos, meras imagens. No canto extremo à porta lilás está um banco, um puff branco rabiscado com canetas e uma poltrona sem o braço esquerdo. Sentado, eu espero.
A parede perpendicular a minha frente é cor de gelo, com uma sigla grafitada em preto, branco e lilás, cores que, creio eu, sejam as escolhidas para esta sala. Abaixo da sigla vejo um quadro de um ser folclórico. Uma cadeira de escritório preta está na frente dela, me fazendo pensar o porque de eu não estar ali sentado, esperando.
Atrás de mim, apenas uma parece escondida por trás dos recortes de revistas. Algumas pornôs, outras cômicas, mas a grande maioria mostra grandes nomes da música, cinema, literatura, pinturas e artes em gerais.
Oito lâmpadas esquentam o ambiente já quente. O ventilador não funciona e o suor começa a me incomodar. O sinal é dado e eu ainda espero.
Espero uma resposta.

Um comentário:

Adriana disse...

A irritante angústia da espera... Gostei muito, Thi. É autobiográfico?