terça-feira, 5 de maio de 2009

Destinatário: Amor

São Paulo, 05 de maio de 2009.
00h25min - Horário de Brasília.

Senhor Amor,
Venho há tempos pensando no que lhe dizer, para realmente ver e rever (quantas vezes possíveis) se estava certo eu lhe mandar essa carta. Você que vive ocupado, servindo de inspirações para grandes poemas e cartinhas de seu homônimo, talvez nem queira parar para ouvir minhas reclamações.
Mas acontece que eu não sei mais o que fazer, e essa carta talvez seja minha última saída para que você pare um minuto de pensar e preste atenção em mim! Ou vai me dizer que até agora não percebeu o quanto eu quero que você me note? Até o mais limitado perceberia...
Vai me dizer agora que você nunca sentiu as batidas do meu coração em seu corpo, quando você me abraça? Acha que o que? Estou sempre cansado quando te vejo? Pois saiba agora que, se existe uma coisa que possa me cansar, isso nunca será os seus abraços.
E o sorriso na minha cara? Tá mais estampado do que uma camiseta de surf, toda florida. Você nunca reparou que parecemos um reflexo de espelho? Basta você começar a abrir um sorriso que eu já começo a sorrir também. Não queria dizer, mas já disse: sua felicidade me contamina, me alegra!
Sem falar na gagueira que me ataca quando eu abro a boca para lhe dirigir um simples "boa noite". Eu não sei, Amor, se você já percebeu, mas as frases parecem andar em paralelepípedos quando vou falar com você. Além disso, tem a tremedeira. Você por acaso causa isso em outras pessoas? Aposto que sim.
Tenho dó daqueles tantos que são como eu. Tentam a todo custo arrancar-lhe um sorriso, um abraço, uma atenção, mas acabam se sujeitando ao ridículo e acabam transformando tudo aquilo que não têm coragem de dizer pessoalmente em uma carta ao Amor.
Não quero mais fazer cartas para você. Quero fazer cartas de você. Cartas de amor!
Eu sei, Amor, que você tem o seu amor. Mas quem disse que esse não é só paixão. Há paixões que duram semanas, outras dias, mas ainda assim existem paixões de anos, décadas. Quem sabe você não está apaixonado?
Quem diria, não? O Amor estar apaixonado. Seria uma história épica, algo a ser lembrado pelas gerações. Mas eu não tô rogando praga, não. Não quero estragar a felicidade de ninguém e, por mais piegas que seja, eu prezo pela sua felicidade.
Então eu te peço, Amor. Mê dá uma chance de eu te provar que eu existo, de te provar que eu talvez seja capaz de te fazer sentir você mesmo. Dá a atenção mínima que seja. Desperta os teus olhos para quem te quer tão bem.
E assim termino essa carta à você, tão sútil.
Eu te amo, meu Amor!

3 comentários:

Paula disse...

Lálálálálá
Ameeeeei!
Bjbjbjbjbj

Bii disse...

Sempre se superando, geniozinho...

fico um tempo sem te ler e quando venho encontro isso!!! *-*

Adriana disse...

Thiago, Thiago...
Sua mente é extremamente fantástica, me fascina! Parabéns, parabéns, parabéns!
Texto MARAVILHOSO!