quinta-feira, 23 de julho de 2009

Evitar

O que se pode evitar? A gente subverte o pensamento e põe os pés na cabeça, o coração no cérebro e os olhos nos ouvidos. E depois, caminha cabisbaixo pela praia dos desiludidos, perguntando-se porque não evitou quando pôde. Mas são nessas caminhadas e controvérsias pensantes que talvez você encontre a beleza.
Para que evitar a pergunta, se a resposta é sempre uma porcentagem maior favorecida à positiva? Pode ser, quem sabe, que a maré suba. Pode ser também, vai saber, que os barcos afundem, que os peixes morram, que o sol apareça mais cedo. Quem sabe? Ninguém, mas não se pode evitar.
Cacos de vidro enterrados na areia fofa, escondidos entre os pisares de quem caminha na incerteza da semelhança. Evita-se olhares entre os transeuntes, contato é mero esbarrão e conversas são vazios extremos, perdidos no buraco negro do universo. Universo esse que não se pôde evitar.
O que se pode evitar? O mundo é esse "sei-lá-do-faz-de-conta" que faz você ir, andar, correr e voltar. Uma escada sem sinalização, que pela ordem pré-estabelecida, usam-na sempre do lado direito. Uma estrada de terra lisa com buracos no meio, ou até uma estrada esburacada com laterais lisa, como vou saber?
O espetáculo é seu, mas sinto muito em dizer: você não pode evitá-lo. Uma hora a cortina se abrirá e o que foi-se escondido e submerso em seus pensamentos, todos irão saber.
Esse é o caminho só, a busca pelo nada que se pode evitar. E quando alguém pergunta o que você busca evitar, você simplesmente vai responder:
"Eu sei lá..."

2 comentários:

Unknown disse...

Thiago, te conheço há pouco tempo, mas dá pra ver que vc é da minha área - Letras. Continue perdendo a cabeça nos seus textos. Ajuda a gente a perder a nossa. Alguém encontrou uma cabeça por aí?
Beijos
Zu

Anônimo disse...

conheceu o jonathan??

ps.:louca da b.