sábado, 5 de dezembro de 2009

É isso.

Você acordou no meio daquela noite de dezembro assustada e segurou meu braço com força. Sentou na cama com uma rapidez surpreendente e chorou, me acordando num ímpeto. Lentamente, me sentei e enconstei as costas na cabeçeira da cama, te acolhendo em meus braços dormentes.
Você chorou e me explicou o pesadelo que foi o fato de estar pensando em me perder. O mundo fez-se escuro e a luz das estrelas se apagaram. Você se perdeu ao me perder, e chorou a morte do amor.
Eu disse "calma, estou aqui" e você começou a secar os olhos inchados. Beijei sua testa com carinho e, com os dedos em seu queixo, subi seu rosto à altura do meu, e sorri como nunca havia antes sorrido. E meus olhos brilharam a luz perdida em teus pesadelos ao ver você retribuindo aquele gesto.
Minutos depois, você já respirava tranquilamente e te coloquei para dormir novamente. Acariciei seus cabelos, os retirando do seu rosto para realçar ainda mais aquela beleza angelical que transparecia durante o seu sono.
Me levantei com cuidado, para não te acordar, e abri a janela do quarto, olhando o céu estrelado. Alí, acendi um cigarro e pensei. Desci as escadas e trouxe para o andar superior uma grande escada de alumínio. Peguei um papel e uma caneta e deixei do lado da sua cama.
"Meu amor, não tenha medo. Fui buscar a tua estrela."
E assim, subi as escadas.

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