terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Já faz tempo que eu quero, mas nunca tive chance de dizer...

Você foi sempre tão amiga, tão sincera, tão carinhosa. Me afagava em seus braços ternos e podia sentir todo o amor que enlaçava o meu pescoço em cada abraço seu. Você me deu amor, me deu tudo o que tenho e sou hoje.
Você me ensinou o que era sentir, o que era olhar e, também, o que era sofrer. E sentava na minha cama pra me ver chorar, acalmando os meus ânimos com as carícias, torcendo os meus cachos com sua mão leve e macia.
Você me mostrou o que é ser forte e me ensinou a erguer a cabeça. Te agradeço eternamente por isso, ainda mais que tenha usado muito disso contra você mesma, seja pelo episódio daquele primeiro cigarro, seja pela paciência perdida e a culpa toda colocada sobre suas costas, por mais que ela não fosse nem um pouco sua.
Já quis te bater, já quis te deixar, já quis te ignorar, mas nunca quis te ver morta. E sempre dou aquela risada gostosa ao lembrar dos passeios de carro pelas ruas tranquilas, dos problemas enfrentados com seu senso de humor e até mesmo daquela briga no quarto que se iniciou por algum motivo que não nos lembramos mais.
Seu ombro sempre esteve lá para enxugar as minhas lágrimas e encontrei a confiança até para dizer coisas que nunca disse a Deus. E nem vamos entrar nesse assunto, de Deus, pois eu sei que é seu maior fracasso perante a minha pessoa. Pois saiba agora que você está enganada.
E por fim eu te deixei, mas nunca deixei mesmo de me lembrar de ti. Te deixei e ainda ligo, ainda choro e desespero. Claro que não é sempre, mas sempre que paro, geralmente nos momentos mais tristes - o que me faz sentir egoísta - eu sinto uma saudade enorme de tudo que passamos.
Já disse milhares de coisas para você, entre elas que te odiava e que não falaria mais com você. Mas nunca disse que te amava. Então, pensando em tudo isso em uma caminhada de menos de dez minutos, eu te falo:
Mãe, eu amo você.

2 comentários:

Jeferson Cardoso disse...

Gratidão, mea-culpa, fatos, roupa suja, saudades...
Cara, que carta fantástica! Ela leu?
Boa sorte para você meu amigo. Senti o seu coração escoriado.
Abraço: Jefhcardoso: de blog em blog (http://jefhcardoso.blogspot.com/)

Jeferson Cardoso disse...

Seu texto me impressionou tanto que o citei em meu blog.
Espero que não se importe.
Abraço: Jefhcardoso ( http://jefhcardoso.blogspot.com/ ).