domingo, 30 de maio de 2010

Expremendo o suco do cérebro

Acabo de assistir um documentário chamado Lemonade, que conta como está a vida de alguns publicitários bem sucedidos que foram demitidos durante a crise econômica mundial desencadeada em 2007.
São mais de 7 personagens que mudaram a vida completamente depois que foram chutados pelas grandes agências que trabalhavam. De indivíduos que partiram para a arte do café até outros que resolveram mudar de sexo. O que mais me fez pensar foi: nenhum deles tentaram entrar em outra agência publicitária ou continuar no mercado de comunicação.
O que talvez tenha sido mais esperto da parte deles. O mercado publicitário é renovado a cada ano. Todo mês de dezembro nós temos, só em São Paulo, mais de 30 faculdades entregando diploma para, pelo menos, 100 alunos. Ou seja, todo ano são mais de 3 mil publicitários com o sangue novo em folha para entrar no mercado e tirar a vaga de um trintão que já é visto como obsoleto, o que eu discordo em grande parte.
O mais digno de admiração dos entrevistados foi que eles fizeram algo espetacular: deixaram o ego na agência em que nunca mais voltariam.
E esse é o maior erro de todo publicitário que, assim como eu, está junto com mais 2.999 pessoas para pegar o diploma no final do ano: o ego. É fatal, parece que faz parte de nós ter essa honra, essa necessidade de encher a boca e estufar o peito para dizer "sou publicitário". Deve ser uma grade subliminar (e aqui deixo o meu parênteses para dizer que subliminar é outra palavra que nós adoramos citar) a de como construir um ego gigantesco para um dia a vida lhe ensinar o que a faculdade não ensina: o ego não lhe serve para nada, a não ser subir cada vez mais e se machucar feio quando lhe vier a queda.
E não tô aqui pra dizer que sou eu quem dito a verdade e que eu não tenho um ego. Mas a gente vai aprendendo, a gente vai vendo que ele não serve para nada e que se você for bom com 35 anos, você fica mais um tempo. Se não, você que procure algo que goste para fazer - e ganhar dinheiro. A gente vai percebendo que ser bom é muito bacana e te deixa feliz em fazer um bom trabalho, mas ser bom e se gabar por isso só vai te fazer ser visto como um babaca. E ainda mais aqueles que começaram agora e entram na agência achando que serão o próximo Olivetto dos anos 80.
A gente vai aprendendo. E sabe com quem? Com aqueles publicitários que não se gabam por vender produto de segunda a preço de produto elitizado, mas aqueles que fazem seu trabalho e saem satisfeito no final do expediente, seja às 18h ou as 3h. E geralmente esses são os publicitários de... 30 anos para mais.
Então, depois de ver Lemonade, eu tenho apenas duas dicas para aqueles que estão no mesmo patamar que eu, para se formar.
1. Assista ao filme.
2. Não pense que você vai se formar e ter três leões em Cannes e ganhará uma grana boa e fácil. Seja humilde, ouça e aprenda. O reconhecimento vem com o tempo, só ter paciência e fazer um bom trabalho.
O resto a gente faz como sempre: vai levando e aprendendo!

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