terça-feira, 21 de abril de 2009

Pois é...

Num súbito momento de reflexão, acendo um cigarro e ponho-me a escrever. Talvez sobre o tempo, talvez sobre o nada, talvez fale tudo sem sequer dizer coisa alguma. Fecho os olhos por alguns instantes e me lembro de coisas alegres, solto um sorriso besta enquanto repouso meu cigarro no cinzeiro e observo-o queimar, lentamente, e sua fumaça sobe, dissipando-se no ar, se fazendo vento como o lá de fora.
Vejo a gente na pizzaria, como eu era tolo e infantil, mas mesmo assim te conquistei. Abro os olhos e retomo ao meu vício, vício maldito que me fez te perder, junto à tantos outros vícios que me deixei apegar. Talvez no começo eu tenha ficado muito chateado, o mundo estava desabando, mas eu dei a volta por cima, superei e hoje vivo. E sou feliz.
Dou um sorriso tão besta em frente à tela que mal me reconheço. Bobagens e mentiras! Fecho os olhos novamente e me dou conta de como estou contente pelas pessoas que conheço, pela vida que levo, por toda essa significância que carrego comigo. Amigos.
A cada trago, fecho os olhos e memórias são retomadas. Cantar o hino às nove horas da manhã me trazia alegria e lágrimas no último dia. Assopro a fumaça conforme a cena muda e me vejo hoje. Repito: sou muito feliz, e vou além. Sou grato.
Por mais que ainda tenho dúvidas de quais e quem são, eu sei que posso contar com poucos e bons. Boa gente que sempre parece ter um ombro a te dar, um abraço pra consolar e um sorriso pra animar. Gente boa que sempre está de bem com a vida.
Apago meu cigarro, mas com ele não foram as lembranças. Ainda estão vivas dentro de mim e me faz pensar que nem tudo que se faz imaginar vira realidade. Estou numa nova estrada e não caminho só. Deixei para trás alguns poucos e bons, mas levo comigo um pedaço de cada.
Ao meu lado, hoje, vejo um companheiro. De violão nas costas e allstar no pé, parece estar sempre sorrindo com seu cigarro "reserva" na orelha, carta marcada. Encontrei por aí, nas típicas histórias que ninguém acredita, e eu decidi levá-lo comigo nessa jornada.
Na minha frente, caminha meu irmão, ou quase isso. Um mineirinho que comer, come, mas não é nada quieto. Um cofre onde deposito toda minha confiança e deixo nas mãos dele praticamente todo o caminho a ser trilhado.
Acendo outro cigarro e continuo a andar.
Atrás de mim vão duas garotas e um garoto. Uma delas eu tenho como uma grande amiga que mal conheço. Uma poeta que me deixa criar versos e rimas para cada momento de sua vida. A outra é ainda um enigma muito grande, talvez o maior sentimento de angústia que tenho carregado nessa nova estrada, mas eu a quero, pois me simpatizo muito.
O garoto é uma criança que tem um grande potencial, mas não enxerga. Dei-lhe o espelho, mas não quer usar, tem medo do próprio reflexo. O que lhe falta é auto-afirmação.
Do meu outro lado é alguém que eu dei a mão e acorrentei a alma. Não quero soltar, não quero deixar ir. No seu abraço eu encontro a paz, eu encontro a felicidade. Sua companhia me faz crescer. Me faz ser e é tudo que eu quero. Eu quero ser!
E com eles, eu estou sendo.

Obrigado!

Nenhum comentário: