domingo, 19 de outubro de 2008

S02E04

"O carro parou em frente da casa de portão de madeira. A chuva caía fina la fora e um abraço de longos segundos aconteceu, seguido por um beijo carinhoso na buxexa, a porta se abriu depois e a menina saiu, abriu seu portão e ainda acenou, dizendo silábicamente um boa noite, então entrou.
O carro não andou. A chuva caía, sem um único movimento do para-brisa, causando um mosaico no vidro da frente. O vidro do motorista desceu e uma chama fez-se dentro do carro, acendendo um cigarro que fora baforado pela janela aberta. A rua do condomínio deserta dava um ar de serenidade para Marcos, que olhava para frente sem um simples piscar de olhos. Terminou seu cigarro, o jogou no asfalto molhado e ligou o carro.
- Muito obrigado, Má. - disse a menina minutos antes. - Você é muito importante para mim.
Cansado! Era assim que Marcos se sentia. Cansado de viver daquele jeito, de ser quem era, de achar que gostava de alguém, de sempre estar (ou ser) enganado. Ele era o amigo, não o pretendente.
Claro que ainda era cedo, mas ele tinha iniciado tudo da maneira mais errada. Agora eles eram amigos, e não era isso que Marcos queria como um 'definitivamente'. Suspirava forte enquanto seguia pela avenida praticamente vazia.
- Esqueça-a, antes que seja tarde. - pensava Marcos.
Uma única semana, apenas uma, e Marcos já se sentia diferente em relação à Roberta. Péssimo para ele, péssimo para ela, péssimo para todos que estavam em sua volta. Ele conseguiu esquecer Stela, de uma maneira rápida e prática, trocando-a por uma outra, em uma mesma épica amorosa: nunca a teria.
Não, ele não estava apaixonado, nem pensava estar, como pensou com Stela. Mas foi em um único momento que ele conseguiu pensar nos dois juntos, como um casal e não como amigos. Até o momento em que outro rapaz tentou algo e ela jogou o jogo proposto, de maneira peculiar.
Chegou em casa e desceu para seu quarto, estava de saco cheio. Abriu sua gaveta e pegou o resto do que tinha e começou a dichavar, nervoso com toda a situação. Pegou um pedaço da seda e fez um pequeno cigarro e acendeu, enquanto colocava Magical Mistery Tour para rodar em seu computador. Deitou na cama, fumou metade e guardou o restante.
Se arrependeu, por um instante, de ter ido nesta noite. Depois riu e pensou que o tempo era o que ele precisava, decidiu que iria parar de ser Marcos."

2 comentários:

Anônimo disse...

aaaah mas esse Marcos maconheiro arrumou mais uma pra cabeça!!
mas eu boto uma fé nessa Roberta

Adriana disse...

E eu também boto fé na Roberta! :D